Capital

Cada vez que vou à capital de meu estado de SP

Conforme a condução vai chegando, um buraco enorme aparece e permanece em meu estomago,

Um estonteamento, de quem olha, mas não vê, um suspirar entre alegria e medo.

E vêm as avenidas, largas, cheias de árvores frondosas, e sinto um bem estar.

E passamos em frente das livrarias, teatros, museus, e, minha singularidade questiona como posso/pude estar tão longe disso tudo.

Penso que o mundo inteiro tem representantes que moram para sempre em SP. Todos acharam seus lugares. Adaptaram-se à sua garoa, ao seu ritmo vibrante, à sua enorme desigualdade social. Devem sentir que absorvem por osmose as realizações horárias dessa cidade com pressa.

À queixa de que não fiz esse caminho, se soma certa vergonha de desestimar o interior. Em verdade, fiz o que pude.

Cada vez que vou à capital de meu estado de SP

Conforme a condução vai chegando, um buraco enorme aparece e permanece em meu estomago,

Um estonteamento, de quem olha, mas, não vê, um suspirar entre alegria e medo.

Exatamente como quando penso que me sentirei quando estiver perto de você.