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Eu, verdadeiramente, não sei mais o que manifestar. Enunciar, expressar, exprimir, emitir, proferir, pronunciar, declamar, Discursar, contar, narrar, relatar, revelar, confessar, divulgar, discorrer, dissertar, palestrar, testemunhar e mencionar como Eu estou me sentindo. Fui à padaria no período da tarde e o meu pensamento não era outro se não o de morrer e de Implementar o suicídio. Onde está o meu livre arbítrio que eu não posso decidir e selecionar qual doença eu tenho de ter? AIDS? Diabetes? Câncer? Pneumonia? Pancreatite? Meningite? Hipertensão? Por que eu não posso escolher? Onde está Deus nestes momentos? Adoecemos e morremos. Não há como transmutar, transmudar, transformar, converter, substituir Ou trocar uma moléstia por outra. Eu só queria dissertar que eu ultrapassei os meus limites. Os limites dos meus conflitos, Da minha tensão, perturbação, transtorno, alteração, desequilíbrio, instabilidade, colapso, declínio, decadência, Decrescimento, recessão, adversidade, aperto, sufocamento, estrangulamento, agrura e provação. O desejo de morrer e de Efetuar o suicídio acompanhar-me-ão por toda a vida? Se houvesse hospital psiquiátrico público, eu solicitaria ao meu Médico Psiquiatra um direcionamento, um seguimento, um endereçamento, uma destinação, uma condução ou Norteamento para eu ser arbitrariamente inserido em algum hospício ou manicômio. Não sei mais quanto tempo vou Condescender, padecer, lidar, sustentar, aturar, aguentar, suportar, sofrer, sujeitar-se e tolerar. Meu coração está ansioso,

Aflito, amargurado e atormentado. A dor é babilônica, titânica, agigantada, megascópica, vastíssima, piramidal, desmedida e Monstruosa. A minha natureza, substância, alma, âmago, coração, cerne, fundamento, íntimo, miolo, medula, centro e Estrutura foram assolados, danificados, inutilizados, desmantelados, esfacelados, demolidos, arruinados, devastados, Exterminados e dizimados. Eu nunca mais serei o Lucas de vinte e quatro anos; antes da depressão. Os pensamentos de Morte e suicídio, eu sei, estarão comigo por toda a vida. Uma assombração, um espectro, um abantesma e um avantesma.

Não é uma alucinação, uma ilusão, uma fantasmagoria, um sonho, uma fantasia, uma quimera, uma ficção, uma invenção, Uma simulação, mas sim uma obsessão, uma fixação. Não considero-me escritor profissional, apesar de já ter publicado um Livro (ainda este ano publicarei a minha segunda obra), mas é como pronunciou a Clarice Lispector, eu escrevo porque não Consigo deixar de escrever. Não tenho qualidades e funções variadas; não sou multifacetado, multifuncional, multivalente,

Plurivalente, polivalente, flexível e variante. É isso amigos escritores e leitores, escrevo porque eu gosto; não escrevo para

Agradar, contentar, aprazer, atrair, cativar, comprazer, deleitar, deliciar e satisfazer uma audiência, um público. Escrevo Porque eu sou um escritor. Depressivo, ansioso, delicado, frágil, quebradiço, suscetível e vulnerável. Muito obrigado.

Lucas Nicácio Gomes
Enviado por Lucas Nicácio Gomes em 21/04/2023
Código do texto: T7768968
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