Minha sentença
Aquilo que me ajuda a retomar o fôlego é a razão também do meu cansaço. Fui sentenciado a rabiscar sobre o escuro, aquele escuro, após ser exposto a uma luz bastante intensa. Senti enfraquecido o dom da visão.
Fico vagando anestesiado, durante dias, semanas, meses. E no escuro, sobre o escuro eu escrevo, muitas vezes privado de participar (como leitor ou expectador) do trabalho da minha sentença, porque enquanto escrevo me desconheço, não reconheço as minhas linhas. Não tem sentido. E era para ter sentido? Agora não! Por que não escrever sobre a luz? Será que sobre ela muito já disseram? Ou fingiram dizer?
Mas a questão não é a luz.