O existir para o filósofo e o físico.
O ser humano é o centro de um horizonte de possibilidades em expansão. Ok! Dirá o filósofo cansado e com tédio em buscar respostas para questões que lhe parecem não precisarem de respostas. Mas e daí, dirá seu colega de dúvidas, e como outros tantos mais, porém, preocupados em viver a vida, não lhes passa pela cabeça essas questões; não. Talvez ao físico, posto que buscar entendimento e propor fórmulas que possam explicar como as coisas funcionam, não lhe toca a questão de onde viemos e para onde vamos , isso é do filosofo. Ao físico cabe indagar: por que funciona assim, o que está por trás, o que acontece se alterar esse ou aquele elemento?
Perguntas, perguntas, tudo que a filósofo soa como indagação, num campo em que o cérebro se movimenta em descargas elétricas e faz com que se dê a sinapse, o ligamento, e a possibilidade de entendimento e provável resposta. Ao físico também acontece o mesmo processo, porém, me parece que a diferença consiste em, para o físico, a resposta ter como alvo a vida prática, isto é, no que, e de que maneira, o processo age em nossas vidas. A filosofia não busca uma resposta prática, funcional para a vida, ela se destina em nos entendermos sob a óptica do intelecto. Noutras palavras, para o filósofo, o sentido da vida consiste em entende -la e vive -la no plano das existência. Ao físico o sentido da vida, melhor dizendo, o existir em vida, se associa em relacionar a vivência com a capacidade de explicar o mundo nas suas variadas dimensões. Não é propósito do físico a busca por compreender as razões pelas quais existimos, nem querer saber se temos alma, mas saber em que medida os fenômenos físicos interferem na existência. Ao filosofo não interessa saber se existe buraco negro, se o espaço se expande, se o tempo tem um começo. Ao filosofo a pergunta que se faz é o que é o tempo, o espaço, etc. Se para o físico a causa primeira é entender o fenômeno enquanto se manifesta, ao filosofo, o que é esse fenômeno. Ao físico a matemática é a ferramenta primordial, ao filosofo, a linguagem adquire esse papel.
Pergunte a um físico o que é um filósofo, provavelmente responderá que " de acordo com a equação X, o filósofo é..." Faça a pergunta a um filósofo o é um físico, talvez dirá "a pergunta proposta, de acordo com o Eu penso, logo existo, consiste em ...."
Como se vê, ambos são pessoas que buscam entender os fenômenos, um, no campo físico, material, outro, no cognitivo, no entendimento.