Certa liberdade!
O belo sol que nos presenteou por toda a manhã de sábado tratou de recolher-se por volta do meio dia e a chuva tomou seu protagonismo. Ela despencou com o peso do aço sobre todas as superfícies, sem aviso prévio ou cerimônias. Enquanto eu observava as grossas gotas que em todas as direções lançavam suas garras cristalinas fiquei, de repente, consciente de uma espécie de liberdade… Uma liberdade que sei que existe mas que não está ao meu alcance e nem ao dos meus semelhantes.
Enquanto a água despencava lá fora, por cima de arvores e telhados, ela também começou a vazar dos meus próprios olhos, salgada e brilhante, olha que ironia, a primeira sendo fruto da dita liberdade e a segunda, o reflexo da prisão.
Poucos sãos os que, por algum meio, tomam ciência desta liberdade e quando isso acontece, lamentam profundamente, a desejam e a invejam. Mas a maioria não…. Não podem lamentar sobre aquilo que não sabem que está bem ali, a centímetros da ponta do nariz. Não que ela seja oculta ou algo do tipo, apenas não prestamos atenção em seus movimentos ao nosso redor.