Para nós, escritores.
Escritores são incrivelmente tristes e impiedosamente cruéis. Escrevem como se ninguém lêsse e sentem como se também ninguém ouvisse. Na maioria das vezes ninguém lê ou os vê de fato, mas não tira o ódio que sentem de não serem reconhecidos. Mas há dois tipos de escritores: Os que escrevem porque vivem, e os que vivem porque escrevem, e estes, são os que mais me fascinam e me desiludem. São os que colocam no papel a forma mais crua da vida, a mais ampla e entediante, e então ouve-se um poeta chorar. São dramáticos e sadios na hora de exercer a solidão. Tudo isso porque traz inspiração e utilidade para tanta miséria. Eu sou esse tipo de escritor e não nego, romantizo e brinco de ter o papel principal numa dramaturgia, porque assim, vai que um dia, eu me torno um pouco mais feliz e sensível. Enquanto isso sigo escrevendo, pensando e pensando nas métricas, quando devia na verdade estar vivendo. E você? Faz o quê?