O silêncio da bolha: confissões de uma alma atormentada
E se eu não pudesse mais exprimir-me, e se meus lábios se calassem para sempre, e se todos os sentidos, medos e vingança nada existissem, nada fossem senão uma dor lancinante que me impede o dizer, o pensar, o gesticular e buscar o verdadeiro? E se o mundo se compadecesse de mim e entendesse o meu silêncio? E se ninguém me socorresse? A dor, o medo, o sufoco de passar novamente pelo que já passei e toda a incerteza de não existir o certo, cada canção por si, e cada momento encerrado dentro de uma bolha vazia dentro de outra ainda maior que está alheia à presença das leis e da justiça. Ah bolha asfixiante, se eu soubesse o que há além de mim, se eu pudesse desvendar esse mistério talvez um dia eu ei de lhe estourar ou inalarei todo ar aqui dentro e acabarei morta.