Segredos.

Quando dizemos que é um prazer conhecer,não significa saber a quem estamos realmente conhecendo.

Apenas que acabamos de perceber alguém, sem nenhuma perspectiva ou intensidade.

Somos como rios profundos e,de águas turvas sem possibilidade de mergulhos.

Assim nos apressamos em torna cada vez mais difícil,todas formas de aproximação.

Estamos fadados ao mistério,temos interesse em permanecer nas sombras.

Guardando pra nós e,só pra nós a versão real.

Não importa o quando fingimos,não deixamos ninguém toca na face primitiva.

Cuidamos pra que todos se satisfação,com as doses possíveis.

Uma forma gentil que usamos pra impressionar,todos os dias sem pausa.

Afinal,que outras formas teríamos pra sermos aceitos ?

Que não a subversão do que de fato podemos mostrar.

Esse é um caminho seguro,aperfeiçoado de modo que passamos a acreditar nele.

Assim como forçamos a impatia,pelos convencionais sem a entrega do absoluto.

Firmamos nossos maiores esforços,na manutenção de cada farsa.

Sim!

Somos uma construção diária,de um emaranhado de imperfeições.

Algumas tão imprescindíveis,quanto a necessidade de tornar-se aceitáveis.

Por isso a banalização do obscuro,daí a naturalidade espantosa da aversão.

Provocamos um rito de segredos ao ponto,que perdemos o viés da realidade.

E zelamos pra que cada detalhe seja impecável,sem erros que possam delatar o óbvio.

Isso numa precisão que nos leva a ter medo,pavor da cariação inevitável e espelhada.

Que certamente seremos forçados a passar, todos os dias sem pausa.

Todos nós sem exceção,temos algo sombrio perfeitamente aceitável.

E sempre que podemos vamos atrás,eles nos socorrem da rotina de fumaça.

Das lonas e cortinas sem palcos,criadas pra esconder as cenas sem cortes.

Somos criativos na corrida por atenção,capazes de tudo pra não ser percebidos.

Aguardamos um sinal,só um sinal vindo de qualquer lugar,pra afastar os olhares.

Dos nossos armários,cheios de esqueletos,pessoais e íntimos a nós.

Segredos!!