O homem nu

Toda a vida escorre do homem nu diante do mundo.

Ó homem nu, que vestido, ainda mostra-se demasiadamente.

Que encara à tapa, o que os outros protegem com máscaras sociais.

Pobre homem nu, inocente, ingênuo, e infeliz homem nu.

Por que prefere andar nu? Não saberia ele responder. Diria talvez, vagamente, que nunca aprendeu a usar a roupa que parece caber perfeitamente nos outros.

Quando está triste, chora.

Feliz, sorri.

Doce é a vulgaridade da alma que nada sabe emular nos sentidos.

Amargo é seu portador, infeliz corpo subjugado.

Ó homem nu, se fosseis mais corpo que alma, não escorreria a sua vida diante do mundo,

e estaria protegido pelo corpo que ordenaria, em vez dela, sua passagem.

A dita cuja, senhora do tempo, que antes dele, decidida por Ele, foi infundida ao invólucro, que sois, para o mundo, ó mundo, esse mesmo mundo que a ignora, o todo, o completo, sendo parte, e por si só inconsistência.

Giuliani
Enviado por Giuliani em 01/04/2023
Reeditado em 12/01/2024
Código do texto: T7753571
Classificação de conteúdo: seguro