Signo

Essa sou eu. Libriana de extremos que desconhece o equilíbrio. Ascendente em Sagitário e adoraria saber o que isso significa. Intensa. Louca. A ironia sempre na ponta da língua. Posso manter uma conversa séria por no máximo quinze minutos, e não vou sossegar enquanto não arrancar um sorriso de um rosto mau humorado. Há tempos atrás eu tinha muita dificuldade de falar sobre mim. Hoje não quero decifrar-me. Não faço sentido algum, e nem é esse meu desejo. Não encontro lógica em mim, o que dirá nas palavras. Aprendi amar o universo das possibilidades. Tanto me apeguei a tudo que fui obrigada a seguir o fluxo. Não há estabilidade alguma nessa vida. Tenho coragens bobas, medos absurdos e certezas bambas. Seus argumentos podem derrubá-las a qualquer momento. Não faço a mínima questão de ter razão o tempo todo, tenho outras tantas prioridades. Carrego vazios abismais. Saudades incuráveis. E uma desconfiança feito muralha a me proteger de tudo. Até outros dias eu era só ilha. Hoje tenho mania de fazer amigos por onde vou. Mas, convivência social é uma matéria que nunca estudei. E certamente se fosse o contrário, eu teria sido reprovada. Tenho um humor instável, uma fala que poucos compreendem, e um olhar que tudo revela. Desconheço a vida sem dores, físicas ou emocionais. Minha força reside na incrível capacidade de reconstruir-me sempre que preciso. Ah! Eu não temo os saltos de fé. Prefiro mergulhar, me entregar do que deixar de viver. Infelizmente não serei uma boa amiga, estarei sempre disposta a ajudar, o problema é que precisei tanto me interiorizar pra buscar a cura que agora eu me distraio do cuidado com o outro. Já me doei demais, isso me doeu muito. Certamente quando colocar um ponto final nessa narrativa vou descobrir outras milhares de coisas que esqueci. Como a personalidade meio adolescente atada a esse corpo envelhecendo, carregado de marcas e cicatrizes, a crise de meia idade que anda me consumindo, a fraqueza para lidar com o passar do tempo, apesar de admirar minhas rugas e cabelos brancos, que ainda insisto em tingir, a crença inabalável de que preciso emagrecer, pelo menos cinco quilos. Isso! Tenho uma memória estranha. Esqueço o que eu preciso lembrar, e sempre recordo daquilo que deveria esquecer. Sou todo esse paradoxo. Um ser humano imperfeito em busca eterna de autoconhecimento. E se, mesmo depois desses pequenos detalhes, você ainda quiser se aventurar pelo meu infinito universo particular, vou recebê-lo com carinho. Sou puramente amor. Mesmo que vez ou outra tropece na grosseria. Ainda estou aprendendo a viver longe das fronteiras seguras da minha zona de conforto. Mas, prezo pelo afeto. Tenha certeza! Na verdade, meu grande pecado é, sem dúvida, amar sem medida.

*Si*

Simone Ferreira
Enviado por Simone Ferreira em 27/03/2023
Código do texto: T7750410
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