Responsabilidade

Encontrei-me indagando se compreendo o significado de amar.

Penso que, em sua essência, deve existir o mútuo respeito pelas escolhas alheias, o perdão diante das falhas e a coragem de reconhecer e se arrepender dos próprios erros.

Contudo, há uma sombra dissimulada que nos desvia do amor legítimo. Esta sombra semeia conflitos, intrigas, lágrimas e desentendimentos.

Quantas vezes, em nome do "amor", fui intrusivo, obsessivo, incômodo ao tentar dominar seus passos e pensamentos. Nem me dava conta de que esse comportamento apenas me afastava do que verdadeiramente queria: sentir-me amado.

A baixa autoestima nos faz sentir inadequados, inseguros, em busca de validação externa, crendo que devemos demonstrar que não estamos errados.

Tornamo-nos dependentes, buscando preencher o vazio, quando, na realidade, estamos fragmentados. No entanto, descobri um caminho para unir esses fragmentos.

Supera-se essa dependência, ao assumir a responsabilidade por suprir as próprias necessidades, cultivando independência e autonomia.

O primeiro passo foi o autoconhecimento. Enfrentar meus medos, traumas e dores. O autoconhecimento é fundamental para construir uma base sólida de autoconfiança e nutrir um senso de propósito pessoal. Identificar minhas forças e áreas a desenvolver, compreender minhas crenças centrais.

Em segundo lugar, aprendi a encontrar a felicidade na solidão. Estar só não significa estar incompleto. A solidão pode ser uma oportunidade para descoberta pessoal e crescimento. Aprender um novo passatempo, meditar, sair para um passeio solitário.

Em terceiro lugar, ser recíproco. Não seria magnífico ter um relacionamento onde o respeito mútuo e a aceitação da individualidade do outro são a base sólida? Um relacionamento onde ambos apoiam o crescimento e a evolução um do outro, compartilhando e atendendo às necessidades um do outro. Essa é a essência do verdadeiro amor.

Se reconheço minha dependência emocional, devo assumir minha responsabilidade e trabalhar incansavelmente para superá-la. Da mesma forma, se estou envolvido com alguém que é emocionalmente dependente, devo ser paciente e amoroso, respeitando o tempo necessário para o desenvolvimento dessa pessoa. Jamais permitirei que minha vida seja controlada por outrem.

Sou o único responsável por atender às minhas próprias necessidades físicas, emocionais, mentais e espirituais. Essa responsabilidade é pessoal e intransferível; não posso esperar que outra pessoa assuma essa tarefa por mim.

A transformação é essencial para alcançar o amor genuíno, superar a dependência e construir laços saudáveis, onde duas pessoas se apoiam mutuamente, crescem juntas e preservam suas identidades individuais.

Mozart Sávio
Enviado por Mozart Sávio em 25/03/2023
Reeditado em 16/06/2024
Código do texto: T7748583
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