A MÃE DE JESUS CRISTO
Sophia, é a Mãe do Filho de Deus e Maria, é a Mãe do Filho do Homem, quando ocorre o novo nascimento, pela Misericórdia do Pai, pela Graça do Filho e pela Unção do Espírito Santo. Daí em diante, a racionalidade deixa de ser solitária e passa a conviver com a espiritualidade.
“(...) O Leitor não deve entender aqui que a Palavra para a Encarnação veio então pela primeira vez aqui embaixo, a partir do mais alto do Céu além das estrelas, para tornar-se homem, como o mundo ensina em sua cegueira. Não! Quem se tornou homem foi a Palavra que Deus disse a Adão e Eva no Paraíso, a que se referia ao quebrador da serpente. Essa Palavra se representou [ou imprimiu] nas portas da luz da vida, subsistindo interiormente no centrum das portas do Céu e esperando perceptivelmente na mente dos homens santos até essa época. Essa Palavra Divina entrou de novo na Virgem da Sabedoria Divina [ou Sofia], que fora colocada junto do Verbo na Alma de Adão, para ser uma Luz e foi dada ao Verbo como auxiliadora”. (Livro “Os Três Princípios da Essência Divina”) de Jacob Boehme.
A revelação de Jacob Boehme ajusta-se ao livro Eclesiástico, capítulo 24, parcialmente transcrito a seguir, complementado por (Jeremias 31:33) e (II Coríntios 4:6,7,11).
Eclesiástico 24;1- A Sabedoria louvará a sua alma, e se honrará em Deus, e se gloriará no meio do seu povo. 2- E abrirá a sua boca nas assembleias do Altíssimo, e se gloriará à vista do poder do Senhor. 3- E será exaltada no meio do seu povo, e será admirada na plenitude dos santos. 4- E na multidão dos escolhidos terá louvor, e entre os benditos será bendita, dizendo: 5- Eu saí da boca do Altíssimo a primogênita de todas as criaturas; 6- Eu fiz com que nascesse nos céus uma luz que nunca falta, e como névoa cobri toda a terra; 24- Eu sou a Mãe do Amor Formoso, e do temor, e do conhecimento, e da santa esperança. 25- Em mim há toda a graça do caminho e da verdade, em mim toda a esperança da vida e da virtude
Assim, torna-se possível o acesso ao sentido subjacente, ou à substância da história do “nascimento” de Cristo, que é a concretização da nova Aliança, a Aliança Eterna! Eis como isto ocorre:
Jeremias 31;33- Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor. Na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”.
Podemos dizer que aí está a “chave-mestra” que poderá abrir a mente de Jacó, levando-o a compreender o verdadeiro “nascimento” de Jesus Cristo, “Emanuel Deus Conosco”, quando Ele emerge de Deus para o Homem, na metamorfose de Filho de Deus para Filho do Homem, expondo-Se no novo nascimento, substituindo Moisés, externamente no velho homem Jacó, pela Tábua de Pedra, e apresentando-Se como Jesus Cristo, internamente no novo homem Israel, pela Tábua de Carne, conferindo-lhe o “Certificado da Salvação”, autenticado pelo Espírito Santo” (II Cor. 4:6,7).
Pode então, ocorrer a pergunta: Como Jesus Cristo ressuscitou dentre os mortos? A resposta é que o homem, antes de nascer de novo, está morto espiritualmente. Quando a Promessa “Na mente lhes imprimirei as Minhas leis, também no coração lhas inscreverei (...)” é cumprida, ocorre o novo nascimento do homem, que então passa a viver no Espírito de Deus. O cumprimento da Promessa, como já vimos, é a concretização da Nova Aliança, quando Cristo ressuscita dentre os mortos, nos quais Ele também estava “morto”. Eis aí Jesus Cristo, o Filho do Homem! Eis aí também, agora sim, o Homo Sapiens!
O novo nascimento é o apogeu da evolução espiritual, nos seus vários níveis e diversidades, gerando o efeito inversamente proporcional, em relação à evolução racional, refletido no conflito de interesses entre o espírito e a razão, (Gálatas 5;17 e 6;14) onde, aquele se desinteressa pelo mundo racional no tocante aos seus deleites e vantagens, e esta persegue o patrimônio, as honrarias e os prazeres da vida. (Romanos 7;15 a 25)
Provérbios 11;9 – O hipócrita com a boca danifica o seu próximo, mas os justos são libertados pelo conhecimento.
Atos 17;30 – Deus não levou em conta os tempos da ignorância, mas agora ordena que todos os homens, em todos os lugares, se arrependam; 31 – porque determinou um dia em que julgará o mundo com justiça, por meio do homem que para isso estabeleceu. E isso ele garantiu a todos ao ressuscitá-lo dentre os mortos.
A evolução racional se desenvolve pela atuação e opções do próprio ser humano, dentro do contexto da evolução social, mas a evolução espiritual se consolida exclusivamente pela Graça, oriunda da Misericórdia do Pai, do Amor do Filho e da Unção do Espírito Santo, ficando por conta do ser humano apenas o interesse pela evolução espiritual e os esforços concretos para obtê-la. Certamente, não serão os escribas e os fariseus que circulam pelas denominações teológicas (supermercados da fé), que irão proporcionar essa evolução. Deus não necessita de intermediários, e apenas utiliza os escolhidos (como o Apóstolo Paulo, por exemplo), para colocar seus ensinamentos à disposição dos interessados.
Ninguém toma essa honra para si, a não ser quando é chamado por Deus, como o foi Arão. (Hebreus 5:4)