Rios: os somos!

Enigmática e, ao mesmo tempo, precisa a frase do dramaturno A. A. Milne: “Os rios sabem: não tenha pressa. Chegaremos lá algum dia.”.

Rios: os somos! Nascemos nas alturas: infantes sonhadores. Vamos adquirindo volume, iniciam as íngremes e elevadas cachoeiras seguidas de corredeiras caudalosas: energia, força, barulho e turbilhões adolescentes. As inclinações diminuem e o volume é intensificado por afluentes, subafluentes e, por vezes, confluências: relacionamentos e atividades da vida adulta. O terreno começa a planificar, a margem se alarga, o leito fica menos profundo e o curso amplia seus meandros: vicissitudes do avançar da idade. Finalmente deságua no mar para começar um novo ciclo, pois, nos dizeres de Heráclito: “Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, pois na segunda vez o rio não será o mesmo, tampouco o homem.”.