Maria, o Cão, o Nada e o Tudo
Maria dá adeus a mãe, pega a mão do Cachorro e vai embora, para longe da sua progenitora. Ela não sabia o que lhe esperava, mas o Nada sorri e lhe abraça como quem percebe que a verá pela última vez. Até aquele instante de sua vida, Maria sonhava muito, realizava Nada. Agora com o Nada tendo ido para longe dela, Maria fita os olhos numa cidade, o Tudo. A potência que sempre existira, nela germina mais uma vez como tantas outras que realizava o Nada, mas parecia que dessa vez era o Tudo que se realizaria.
Turiná era a cidade. Nome estranho, o Cachorro falava e falava e sorria, como quem faz desdém de outrem. O objetivo dele era claro: dissuadir Maria da ideia de cidade, de prosperidade, e fazê-la retornar para o Nada. O Câo não conseguia, por mais que tentasse. E Maria, largando o Cão, para o meio dos homens fora.
Figura estranha era o Cão, não comia, nem água bebia, mas falava tudo quanto podia. Falava maldades, antropomórfico, fétido, desrespeitoso e que sorria, portanto algum parentesco com o homem havia, né MIlor? Claro, de Deus há tempos fora criado, sendo invejoso do céu como um raio se espatifou no Nada e não se desculpou, daí donde vem sua fama de desrespeitoso. Com o Nada logo se engajou, mas Deus os planos dos dois imediatamente frustrou. O mundo do Nada criado fazia parte no Tudo. O Tudo era obra do Criador, o Nada obra de quem?