O seu tempo: o maior presente!

Presentes são lembranças, mas, dados por todos de forma calendarizada, acabam por igualar os transeuntes num balaio de coisas monetarizáveis. Como fugir da “mais valia” das relações humanas? Como expressar gratidão e consideração sem cair no antigo afago da troca de bens?

Com isso em mente, pergunto, e já respondo, nessa conversa retórica de filosofia de maluco: qual é o bem mais precioso do ser humano? O tempo, o seu tempo! O tic-tac, a angústia represada no rolar das horas, enfim, o tempo presente é dádiva na sabedoria da escolha. Então, quando a pessoa escolhe, conscientemente e desinteressadamente, abrir mão de todo o resto do universo de escolhas para ouvir atentamente o outro o que é isso? Isso é o maior de todos os presentes, pois é a valorização máxima do próximo, significa dizer: eu te respeito, eu te valorizo, teu pensamento é, agora, a minha morada, pois, o meu tempo disponível, a ti dedico com atenção!

Assim, numa data festiva, embora seja de bom grado (a tal convenção social) comprar uma lembrancinha (para não ficar de fora da tradição e nem parecer que toda essa fala é ladainha de unha de fome visando tergiversar a abertura da carteira), lembre-se que o seu verdadeiro presente é o seu tempo, é a garantia do ouvir atento e, se precisar, quando requisitada, sua sincera opinião.