APENAS PENSANDO BOBAGEM
“Ah, que vontade de escrever bobagens bem meigas,
bobagens para todo mundo me achar ridículo...”
(Rubem Braga)
Toc... toc... toc...
Bato na porta... do tempo... à sua entrada
Quem sou eu... agora?
Ond’estou?
Que faço aqui?
Alguém pode abrir a porta?
Todos seguem na monotonia de seu dia-a-dia
Trancafiados na clausura cada qual de seu trabalho
E esmagados por suas angústias e tristezas vede como s’encontram
E c’outros vão no paradoxo que mesmo juntos isolados estão
E no final de cada dia a estarem sempre... exaustos
E todo mundo... perdido
Tudo cansa
Falharam-se na vida?
E há quem disto duvide?
Ninguém sonha [mais]
Ninguém a nada se atenta
Ninguém sorri (e talvez nem chora)
Ninguém liga.. p'ra ninguém
E ninguém liga p'ra nada (nem para a própria vida!)
E todos os dias a mesma coisa
Almas mortas... no cemitério da vida
Inseridos a qu’estamos n’uma vida sem nenhuma importância
E sem sentido algum
Que tédio, meu Deus!
Ou então, a única coisa que sentimos [aqui] seja mesmo... tédio!
Trabalhamos com o suor a escorrer em nossos rostos
... para garantir a felicidade alheia
De nosso patrão (que não nos ama... e, na verdade, nos odeia)
Ou do político que elegemos (que nem sabe qu’existimos)
E quanto por ele... “torcemos”!
(Ele que não está nem aí p'ra gente)
Deste mesmo que só nos enxerga como "eleitores" ou "contribuintes"
Sim, chega a ser interessante no que nos alegramos com a glória dos outros
E nos excluímos de nós próprios
É verdade:
Somos apenas sombras... de outras pessoas
E de suas conquistas não nos dão nem de suas sobras
É verdade:
Não nos importamos com nós mesmos, quando tanto nos importamos
... com os outros
E os defendemos...
E os valorizamos... o tempo todo
Esquecidos de nós...
E tudo nos pesa
É o cotidiano de todos!
Saudades da felicidade?
Não creio
Até porque como uma "alma morta" sentir [saudades] poderia?
Na verdade... não sente nada
E nest’hora eu pergunto:
Quando tudo isso começou?
Ninguém morre [primeiro] em seu derradeiro suspiro,
... mas, sim, quando não tem motivação para mais nada
No que perde o interesse para tudo
No que apenas “suporta” a vida (e a vai “levando”)!
E nest’instante alguém pergunta:
- Por que estás a nos dizer essas coisas, só para nos deixar de "baixo astral"?
Ao qu’eu o responderei:
- Sei lá! Quem sabe, só na intenção de lhe encher seu saco!
15/03/2023
IMAGENS: FOTOS PARTICULARES (TIRADAS DE CELULAR)
MÚSICAS:
“SOM DE CARRILHÕES” – Dilermando Reis
https://www.youtube.com/watch?v=4DTCWlxNfqo
*******************************
SOMENTE O TEXTO:
APENAS PENSANDO BOBAGEM
“Ah, que vontade de escrever bobagens bem meigas,
bobagens para todo mundo me achar ridículo...”
(Rubem Braga)
Toc... toc... toc...
Bato na porta... do tempo... à sua entrada
Quem sou eu... agora?
Ond’estou?
Que faço aqui?
Alguém pode abrir a porta?
Todos seguem na monotonia de seu dia-a-dia
Trancafiados na clausura cada qual de seu trabalho
E esmagados por suas angústias e tristezas vede como s’encontram
E c’outros vão no paradoxo que mesmo juntos isolados estão
E no final de cada dia a estarem sempre... exaustos
E todo mundo... perdido
Tudo cansa
Falharam-se na vida?
E há quem disto duvide?
Ninguém sonha [mais]
Ninguém a nada se atenta
Ninguém sorri (e talvez nem chora)
Ninguém liga... p'ra ninguém
E ninguém liga p'ra nada (nem para a própria vida!)
E todos os dias a mesma coisa
Almas mortas... no cemitério da vida
Inseridos a qu’estamos n’uma vida sem nenhuma importância
E sem sentido algum
Que tédio, meu Deus!
Ou então, a única coisa que sentimos [aqui] seja mesmo... tédio!
Trabalhamos com o suor a escorrer em nossos rostos
... para garantir a felicidade alheia
De nosso patrão (que não nos ama... e, na verdade, nos odeia)
Ou do político que elegemos (que nem sabe qu’existimos)
E quanto por ele... “torcemos”!
(Ele que não está nem aí p'ra gente)
Deste mesmo que só nos enxerga como "eleitores" ou "contribuintes"
Sim, chega a ser interessante no que nos alegramos com a glória dos outros
E nos excluímos de nós próprios
É verdade:
Somos apenas sombras... de outras pessoas
E de suas conquistas não nos dão nem de suas sobras
É verdade:
Não nos importamos com nós mesmos, quando tanto nos importamos
... com os outros
E os defendemos...
E os valorizamos... o tempo todo
Esquecidos de nós...
E tudo nos pesa
É o cotidiano de todos!
Saudades da felicidade?
Não creio
Até porque como uma "alma morta" sentir [saudades] poderia?
Na verdade... não sente nada
E nest’hora eu pergunto:
Quando tudo isso começou?
Ninguém morre [primeiro] em seu derradeiro suspiro,
... mas, sim, quando não tem motivação para mais nada
No que perde o interesse para tudo
No que apenas “suporta” a vida (e a vai “levando”)!
E nest’instante alguém pergunta:
- Por que estás a nos dizer essas coisas, só para nos deixar de "baixo astral"?
Ao qu’eu o responderei:
- Sei lá! Quem sabe, só na intenção de lhe encher seu saco!
15/03/2023