O FASCÍNIO DE SER PSICÓLOGO
O psicólogo não é aquele que deve ser visto como alguém que tem a missão de mudar a estrutura do mundo como um reformista. Mas é aquele que tem uma visão mais modesta e não menos importante, a saber: de propiciar uma singela e valorosa contribuição para a melhora da condição de alguns padecentes, no sentido de reservar um tempo para falarem com desenvoltura sobre sua própria condição no processo terapêutico, onde o que está em jogo, de fato, são os atos de cuidar do ser. Pelo menos, é esse profissional, na sua fascinante tarefa de favorecer a saúde com a intervenção de sua metodologia, que pode ajudar outros seres humanos a repensarem e a se organizarem no que diz respeito a sua vida inserida num mundo cada vez mais complexo e multifacetado. E que também pode muito bem auxiliar, seja com uma bagagem de experiências clínicas, seja com o conhecimento da ciência e da cultura filosófica, algumas vidas humanas na mobilização de suas próprias forças com base no seu próprio potencial e condição específica de desenvolvimento, visando com essa disposição uma certa resiliência diante da dor e do sofrimento