A pena e o tijolo

A de Manuel bandeira em pneumotórax vem me perseguindo, "uma vida inteira que poderia ter sido e não foi" Quando jovem, na faixa dos vinte, cada ano tem paradoxalmente o peso de uma pena e de um tijolo.

Ainda se vai viver (caso tudo corra bem) umas quatro vezes mais aquela idade, até os quarenta, sessenta, e assim por diante, ou seja, no contar dos dias, no conjunto da ópera, um aninho sequer, pesa tanto quanto uma pena se perguntar pra um mais velho, é uma pequena coisinha se comparado ao resto. Mas pra quem é novo, cada ano existe em si uma tempestade. Do corpo que muda, da voz, do pensamento, do tesão, do amadurecer, do questionar...

Nos é dado a capacidade de querer coisas que ainda não entendemos e sofrer pelo que não se sabe.