BUSCANDO-ME
“Nós nos tornamos aquilo que pensamos”
(Buddha)
Existo?
É pouco
Preciso... ser
Ond’estou na vida e no tempo?
O que existe é só porque alguém o vê?
Se destarte o for, quantas flores e alvoradas não existem
... em razão de que muitos não as reparam
E, assim, o mundo “inexiste” para a maioria
Da capacidade a lhes faltar o sentido da real e viva visão
Talvez, por ser a vida de tantos... sem sentido algum... e sem razão
Ah! Deixa p’ra lá!
Movo-me sem rumo a ir para lugar nenhum
Qual um peregrino sem destino e sem mapa (sem orientação)
Ou qual uma nau sem sua bússola
E me transformo... a tod’hora
No que mutável e inconstante sou
Da existência a m’esculpir o tempo todo
Quem me roubou que não foi, na verdade, “Maya”?
Quem me sequestrou [de mim mesmo] que não seja ela, então?
Estou a me procurar ou, na verdade, a fugir ainda mais de mim mesmo?
Confesso que não sei
E, portanto, apartado de minh’essência estou
D’uma ruptura que não sei se começou a partir de meu nascimento,
... ou mesmo se antes
E só Deus sabe se “desejado” fui no momento de minha concepção
E nesta vida incerta e tão frágil
... quem nela haverá de conhecer o seu “centro”?
Ou não haverá quem por ele busque ou mesmo algum centro?
E o que sou [aqui]?
Sou vários atores n’uma única peça
... a se chamar “vida”
Em que atuo n’um místico palco
... a ser o fenomênico espaço
Na verdade, o caótico mundo em seu “samsara”
Onde tudo o que nele se ganha mais tarde se perde
E, portanto, nada no tempo vale o seu esforço
Ilusório, então!
Luta vã!
Oh! Quem hoje me daria a certeza de que haverá um “depois”?
Neste prazo que a vida a todos deu onde tudo não passa de sombras!?
Ai! quant’angústia, meu Deus!
E que mais nest’hora direi?
Que a hora de minha morte eu não seja assaltado pelo desespero
Mas co’a alma ajoelhada eu agradeça a Deus pela fantástica jornada
... que Ele me deu
Naquela'hora sagrada e única em que co’Ele finalmente encontrarei
(Embora não sei se é, em verdade, querida e desejada)
E que face a face comigo também estarei
E desta vez... oh! que seja para sempre
Amém!
04/03/2023
IMAGENS: FOTOS PARTICULARES (TIRADAS POR CELULAR)
MÚSICA: "OM SHANTIH" - Lulia Dib e Marcus Viana:
https://www.youtube.com/watch?v=qUn-TFtkNKY
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SOMENTE O TEXTO:
BUSCANDO-ME
“Nós nos tornamos aquilo que pensamos”
(Buddha)
Existo?
É pouco
Preciso... ser
Ond’estou na vida e no tempo?
O que existe é só porque alguém o vê?
Se destarte o for, quantas flores e alvoradas não existem
... em razão de que muitos não as reparam
E, assim, o mundo “inexiste” para a maioria
Da capacidade a lhes faltar o sentido da real e viva visão
Talvez, por ser a vida de tantos... sem sentido algum... e sem razão
Ah! Deixa p’ra lá!
Movo-me sem rumo a ir para lugar nenhum
Qual um peregrino sem destino e sem mapa (sem orientação)
Ou qual uma nau sem sua bússola
E me transformo... a tod’hora
No que mutável e inconstante sou
Da existência a m’esculpir o tempo todo
Quem me roubou que não foi, na verdade, “Maya”?
Quem me sequestrou [de mim mesmo] que não seja ela, então?
Estou a me procurar ou, na verdade, a fugir ainda mais de mim mesmo?
Confesso que não sei
E, portanto, apartado de minh’essência estou
D’uma ruptura que não sei se começou a partir de meu nascimento,
... ou mesmo se antes
E só Deus sabe se “desejado” fui no momento de minha concepção
E nesta vida incerta e tão frágil
... quem nela haverá de conhecer o seu “centro”?
Ou não haverá quem por ele busque ou mesmo algum centro?
E o que sou [aqui]?
Sou vários atores n’uma única peça
... a se chamar “vida”
Em que atuo n’um místico palco
... a ser o fenomênico espaço
Na verdade, o caótico mundo em seu “samsara”
Onde tudo o que nele se ganha mais tarde se perde
E, portanto, nada no tempo vale o seu esforço
Ilusório, então!
Luta vã!
Oh! Quem hoje me daria a certeza de que haverá um “depois”?
Neste prazo que a vida a todos deu onde tudo não passa de sombras!?
Ai! quant’angústia, meu Deus!
E que mais nest’hora direi?
Que a hora de minha morte eu não seja assaltado pelo desespero
Mas co’a alma ajoelhada eu agradeça a Deus pela fantástica jornada
... que Ele me deu
Naquela'hora sagrada e única em que co’Ele finalmente encontrarei
(Embora não sei se é, em verdade, querida e desejada)
E que face a face comigo também estarei
E desta vez... oh! que seja para sempre
Amém!
04/03/2023