CAI A NOITE
Cai a noite na cidade e o Hotel Marina acende suas luzes.
Nada brilha tanto quanto a lembrança de um olhar.
Um olhar que me dizia mais do que qualquer palavra
pudesse, enfim expressar... sem falar... só olhar...
Daqui, nada além de lembranças e vultos apressados,
carros com os faróis acesos, pessoas indo e vindo.
Tomo mais um copo de gim e a fumaça do cigarro vai...
Vai e eu nunca sei para onde... como eu...
Mantenho a minha luz apagada e vejo no escuro.
Algum lugar há de me aguardar nesse futuro,
que nunca chega, que não me nega e me arrasta,
e enquanto a noite cai, mais do presente gasta...