I-LXXXIX Jaezes de vida e morte
Que coisa sofrer pelo que não existe, o sinto nas palmas, vejo-me diante de suas garras,
e mal respiro pela dor que faz comigo, fingindo ser coisa do destino.
Os afagos que levei a ti, foram inúmeros, até um único que fez-te refletir:
Me ansiei pelo desgosto de ter que o criar com outro, apenas por mau gosto,
e agora mal sobra-me peito para o tempo que passa sem trazer cortejos.
Que mania tola de fazer da vida uma eterna caidela,
onde os bons momentos servem de peso para a dor da queda.
Aos nórdicos que criam arte apunhalando lagartos com asas,
às vidas que, por tesouros, foram colapsadas, às tristes coisas passadas:
Nunca nos sobra nada. Nem por mérito, nem por pena,
logo será a vez das memórias que perduram intensas.
Imploro por chances que estendam o fim deste romance,
por sorte durante a invasão das ruínas do norte,
que farei por paixão, pondo fim ao dragão que defende seu coração.
E às almas que me seguem caladas, que testemunhem
a tristeza que se disfarça do pouco homem que me escapa.