Continuo sem entender minha angustiante falta de vontade de viver.
Eu tenho fugido dos meus pensamentos, eles andam muito deprimentes e estou tentando não alimentá-los, mas é difícil. Tenho me isolado ao mesmo tempo que tento me manter cercada de pessoas, o que não me agrada também, ficar ouvindo seus problemas sem nada a dizer, ficar ouvindo seus monólogos entediantes procurando uma fuga da minha cabeça e, quando percebo, me vejo segurando choro sem entender muito bem o porquê. Estou exausta, ansiosa, deprimida e não tenho vontade alguma de viver. Tento buscar em minha memória motivos para continuar aqui, motivos que façam valer a pena de conviver com meus pensamentos, mas não encontro.. Não tenho grandes planos ou sonhos para o futuro, acredito que qualquer caminho que possa me levar a cumplicidade será tortuoso e difícil e, botando tudo isso na balança, nada faz muito sentido, nada me desperta vontade de existir. Meus amigos, meus relacionamentos, eu gosto muito deles, mesmo, mas não compensa o fardo de viver ansiosa e deprimida, não compensa a dificuldade que sinto para acordar todos os dias, para levantar da cama, para me alimentar, para existir, eu não tenho forças. Sempre que questionam o sentido da vida eu tenho a resposta na ponta da língua, felicidade, independente do destino ou do meio, das conquistas e das derrotas, a única coisa que compensa a existência é a felicidade diária, as pequenas coisas, essas pequenas coisas que eu não consigo mais aproveitar por causa da minha cabeça. A ansiedade e a depressão me impedem de pensar direito, não tenho clareza, e minha cabeça insiste em pensar ‘Por que eu? Por que minha vida é tão caótica? Por que eu tomei as decisões que tomei? Por que me deixei passar por tudo que passei? Por que? Por que? Por que isso me afeta tanto? Por que não consigo viver normalmente? Por que estou tão ansiosa e confusa? Por que me sinto incapaz? Por que eu duvido de mim?’ Não tenho respostas. E essas perguntas assolam minha mente, me deixando inquieta, me deixando confusa, fazendo eu me sentir mais e mais incapaz de ser alguém.