Que de sonhos um homem não se pode viver.
Lembro-me daquele dia, a última vez que nos encontramos. ainda lembro de cada detalhe. Da sua voz embriagada, dos comentários nocivos e da violência em cada frase dita naquela tarde. Por um estante eu me senti acoado, desesperado mas com uma preocupação tão grande que me recusei ir embora. Quando, na porta de sua casa você me perguntava se eu realmente entraria e eu esitei por alguns breves minutos. Eu sabia que se eu não entrasse, algo de pior poderia acontecer, mas eu não sabia oque aconteceria se eu entrasse.
Eu não reconhecia mais aquele lugar, ou você. Você estava tomado por uma soberba indiferença. Que aos poucos fui identificando de onde surgia, e percebi que ela sempre esteve ali, escondida. E das pequenas brechas, ela se revelava. Com toda sua dor envolvida nela, e as feridas abertas ,cobertas com desculpas veladas e mentiras ,que tomavam seu corpo. Sua autenticidade, eram suas palavras retrógradas. Seu maior desejo era ser algo que o amendrotava fazer. Sua tão sonhada liberdade, trouxe seu vício. Que de sonhos um homem não pode viver.