Inexorável
Desde o dia em que
Enviou para a opinião da filha, sete fotos de bandejas de madeira com suporte,
Lindamente decoradas com pinturas delicadas,
Vieram-lhe pensamentos.
Primeiro, concordaram e escolheram a de fundo quase branco e galhinhos verdes
Pintados em série em três fileiras.
Aos costumes, só comprava o que precisava, gostava e pensava muito antes de decidir.
As banquetinhas adquiridas há décadas, frágeis e agora bambas pelo uso, teriam outras funções.
Isso trouxe a ela um bom sorriso,
Um objeto lindo, feito à mão e útil entraria na casa,
À rebote, paralelamente, vislumbrou um futuro:
Este objeto lhe acompanharia justamente a velhice.
A velhice, esse fantasma,
Que ronda todas as vidas,
quanto mais nos aproximamos
Do inexorável desse caminhar:
a morte, a extinção.
No entanto, a maioria nem a teme.
Teme muito mais a solidão!