insistência

da janela do quarto um som desperta minha atenção, logo em seguida me deparo com um inseto tosco numa falha tentativa de escapar do telhado transparente. o som é incessante e o estalido de suas frágeis asas me deixa claustrofóbica. no minuto seguinte já não estou sob a janela e me vejo num bater de asas perante meus próprios muros e limitações. me sinto enclausurada por muros que eu mesma construí. tanta insistência em fugir por fim me tira o fôlego e, sem asas, sem forças, padeço sob o chão frio.

às vezes é preciso desistir.