Ella
Qual é o barulho do silêncio?
O que se abre quando algo se fecha?
E se me soltas? O que fica?
Quem é essa coisa que sempre volta?
E o sono ?
Os olhos cerrando
Lentamente
É como um sonho
É como Ella.
Ella
Ela depois de um dia
Quando chegou a noite
Ela depois da poesia
como um caminho cheio de pedras
Sem regras
Ella é a agonia sem pressa
Sua filha
Nossa reza
Ella
Um fruto doce,
Folha sem cor
Um rancor que decidiu não existir
Pueril
em seus olhos
no fundo do que é profundo
tão abstrato
Não existe
Passar das horas
criamos indagações
Ela quem?
A que acabou de passar
Onde?
Entre os nossos dedos
Se esvaiu
Sem medo
Sem receio
Uma dança
Fechou os olhos
Ella chega
Chega de ponta de pé
as mãos sem pretensão
sorrindo com os olhos
De vestido
Nua
Ella crua
Molhada
Menina
Viaja
Do silêncio são meus gritos
Um piano dormindo
Tintilar que esfrega
Na cara dela
Se abre a boca
Se abre as pernas
O sol
A janela
E se me soltas
Se me apanhas
Se me tocas
me arranhas
Se eu fico
Você corta
Se é Ella
Ela volta
Sss