A LIÇÃO NÃO APRENDIDA DE SALEM
A história das bruxas de Salem, a qual a fama se popularizou através de filmes e séries e que, em resumo, ocorreu no século 17 nos EUA quando dezenas de pessoas inocentes foram condenadas e assassinadas acusadas de bruxaria, poderia ter nos deixado uma grande lição a qual infelizmente fora desperdiçada. E não, não estou falando apenas do julgamento errôneo de pessoas que foram mortas sem cometerem crime algum, mas que vai além e que é um erro terrível o qual as pessoas cometem muito ainda hoje, em pleno século 21. Que erro seria este? E qual a lição que não foi aprendida?
Hoje se sabe que toda a trágica histeria coletiva, que teve início em 1692 naquela cidade portuária em Massachusetts, pode ter começado com uma simples brincadeira de crianças. Mais de três séculos se passaram e, apesar de não haver mais condenações por rituais religiosos exóticos, o espírito de calúnia e difamação através de fofocas e achismos permanece exatamente o mesmo e com um agravante! Pois com a estúpida cultura do cancelamento, os boatos ganharam a denominação das fake news e não sendo mais restrita a pequenos povoados, mas sim em escala nacional e global através da rede mundial de computadores com o "tribunal" dos usuários das redes sociais.
Talvez pior que costurar a boca do sapo com um suposto trabalho de feitiçaria, seja "soltar a boca do sapo" com uma língua grande como a dele na hora de falar de alguém. Assim como somente há décadas atrás as pessoas condenadas em Salem foram de fato oficialmente inocentadas, depois que alguém tiver a reputação e vida destruídas por causa de um linguarudo, pode ser tarde demais pro erro ser reconhecido. Logo, é fundamental todo o cuidado antes de acusar alguém de algo só por impressão ou porque outros disseram, bem como conhecer sempre os dois lados de alguma ocorrência.