impulsiva

eu luto frequentemente para não ser levada por essas coisas. pelo impulso de continuar no que já conheço, não me largar delas, deixar do jeito que está.

todos os meus erros de hoje, são erros do passado, que ainda não tive coragem de me desfazer, de me livrar.

dói, é desconfortável. dói porque tem história, outros significados. ninguém mais entenderá.

eu luto frequentemente para me livrar deles, e dou de cara com uma covardia dilacerante. lutar exige força, percebo que sou fraca. percebo que não aprendi, percebo que muitas coisas me faltam, e não tenho a quem culpar. percebo que não aguento mais, que quero mudar.

queria poder apontar o dedo para alguém e acusar com a pior voz, a mais baixa que há em mim, “foi você.”, e pra quê? não adiantaria! eu tento me soltar da culpa, mas ela está agarrada na minha pele como um gato.

quero parar de tentar. quero me recusar de qualquer coisa que implique que ela exista e anda comigo. me libertar pelo esquecimento, pela indiferença. mas é difícil criar casca e mesmo assim manter a ternura. preciso matá-la de vez.

já fiz coisa pior, mais difícil.

tudo é um processo. antes esse texto estava vazio, mas já existia. um dia eu chego lá.