Rima

Ainda que minha alma tenha tutela,

E às vezes seja meio Zé-ruela...

Da minha casinha faço cidadela,

Nunca gostei de novela,

Mas por teu sorriso meu “eu” anela,

Se fez tampa da minha panela,

Paisagem da minha janela,

Do meu jardim a borboleta amarela,

Do meu pão o queijo com mortadela,

Do meu quintal, o pé de seriguela,

Do meu carrinho de rolimã, a banguela...

Se sou fera, tu és bela,

Se sou pulo, você é a pisadela,

Se sou o rastro, você é a sequela...

Se faço silêncio, você tagarela.

Se sou zigue-zague, você paralela,

Se piso bem fundo, você é cautela,

E o teu primeiro nome, mesmo sem rima,

Guardo na morfologia calma do meu silêncio...

Já o teu sobrenome, faz rima enfim,

Mas, assim como o primeiro e pelo caos que me causa,

Sonoro como um bandolim, guardo...

Quase como um codinome,

Com todas as rimas, sim!

Monografado em marfim,

Na fantasia de mim, Arlequim...

Desse jeito assim...

Antonio Leandro Fagundes Sarno
Enviado por Antonio Leandro Fagundes Sarno em 31/01/2023
Reeditado em 03/08/2023
Código do texto: T7707816
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