Rima
Ainda que minha alma tenha tutela,
E às vezes seja meio Zé-ruela...
Da minha casinha faço cidadela,
Nunca gostei de novela,
Mas por teu sorriso meu “eu” anela,
Se fez tampa da minha panela,
Paisagem da minha janela,
Do meu jardim a borboleta amarela,
Do meu pão o queijo com mortadela,
Do meu quintal, o pé de seriguela,
Do meu carrinho de rolimã, a banguela...
Se sou fera, tu és bela,
Se sou pulo, você é a pisadela,
Se sou o rastro, você é a sequela...
Se faço silêncio, você tagarela.
Se sou zigue-zague, você paralela,
Se piso bem fundo, você é cautela,
E o teu primeiro nome, mesmo sem rima,
Guardo na morfologia calma do meu silêncio...
Já o teu sobrenome, faz rima enfim,
Mas, assim como o primeiro e pelo caos que me causa,
Sonoro como um bandolim, guardo...
Quase como um codinome,
Com todas as rimas, sim!
Monografado em marfim,
Na fantasia de mim, Arlequim...
Desse jeito assim...