Sou oprimido!

Eu sou a mão de obra que construiu a igrejinha e você não sabe quem sou eu,

Eu sou o Caboclo das Matas que viu a chegada dos Bandeirantes e a história apagou.

Eu sou o suor do negro que trabalha

Desgastado em meio às plantações.

Eu sou um palestino em Israel

Sou judeu nos campos de concentração.

Eu sou a mulher negra em poesia

Sou a cota e sou o candomblé (e sou filho de Nzazi)

Eu sou o canto entoado no Terreiro

Que apavora a tua fé.

Eu sou Lampião, sou Zumbi negro fujão

Sou Zumbi negro fujão

Que luta pela liberdade

Na senzala do meu coração

Eu sou Lampião, sou Zumbi negro fujão

Sou Dandara e sou Luiza Mahin

Que luta pela liberdade

Na senzala do meu coração

Eu sou Dona Maria, sou Joana,

sou Malê e sou favela

Eu sou a flor que nasce no deserto

A tinta que borrou a tela.

Eu sou a revolta que quebra o sistema

Eu sou onda e sou maré

Eu sou o bóia-fria explorado

Nas fazendas de café.

Antonio Leandro Fagundes Sarno
Enviado por Antonio Leandro Fagundes Sarno em 27/01/2023
Reeditado em 30/04/2024
Código do texto: T7705062
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