Face do encanto
Lua, Luanda, Luz
Face do encanto no colo de Nanã
O curvar de Chronos aos pés de Kairós
Como tempo se curva ao que não pode ser medido
E que trava o próprio tempo num infindável nada
Lufada, Lua, Luanda,
Numa rima carmesim, em mim...
Vento forte que me faz querer
O canto do cavalo marinho com asas de borboleta.
E, nesse meio tempo,
A lua lançou seu brilho sobre uma sereia nua
Que estava parada no centro da cidade,
Talvez esperando o ônibus, sei lá...
Só o som da chuva que não sai da minha memória...
Acho que me tornei a criança brincando na sala,
E que não tira os olhos do barco no Monet!
Acabei nos caminhos de odara, rindo e amaldiçoando a saudade,
Nas sendas tranquilas de quem perdeu a direção.