UM BREVE SOLILÓQUIO ENQUANTO CAMINHAVA PELA PRAIA

 

   “A distinção entre passado, presente e futuro

         é apenas uma ilusão teimosamente persistente”

                                       (Albert Einstein)

 

E se pudéssemos “ver” o futuro, como seria... o presente?

Adormecidos no tempo estamos ao que deixamos passar batidas... as horas

E vivemos entre expectativas e memórias

E mais nada

Dos mentais tempos que não existem

 

 

O aroma da maresia é menos significativo que um perfume francês

E a dissonância das atuais músicas nos atentamos mais que o barulho

... das ondas do mar

Perdemos tempo, então

Da vida a que a preferimos “artificialmente”

Que pena!

 

 

Ah! E se eu pudesse com antecedência ver o meu tempo...

Sim, e se eu conseguisse alcançar o futuro...

E ver [agora] o dia de amanhã ou mesmo a hora seguinte...

E então, seria bom ou seria ruim?

Só de pensar eu começo a m’estremecer

 

 

Ai, meu Deus!

Por que não amamos o presente?

Por que achamos que o melhor estará sempre por vir?

E o que é... o tempo?

E o futuro...

Vem naturalmente a nós ou, na verdade, o trazemos pelo que o criamos?

 

 

Uma estação segue outra (matematicamente)

O outono segue o verão

Não pode “driblá-lo”

Assim como a sístole e a diástole uma segue a outra

É o tempo em seu compasso e percurso

Em que tudo depende um d’outro

É o tempo em su’alternância (precisa e vital)

 

 

E nest’hora eu pergunto:

Haverá algum dia em que os movimentos da vida serão independentes?

E convencidos não estamos muitas vezes em achar que somos livres?

E quanto à ideia do “fatalismo”, sê-la-ia válida?

 

 

O mundo está do jeito qu’está por que Deus quis assim

... ou será que nossa “liberdade” o “causou”?

Definitivamente eu não acredito em “fatalismo”

Na verdade, eu não ponho minha mão no fogo por teoria nenhuma

 

 

Quando se conhece certas causas, sabe-se, pois os devidos efeitos

Sobretudo, quando temos o poder de [n’elas] interferir

Ou seria isto o mortal pecado de querer fazer uma vontade

... contrária à da Vida?

 

 

O tempo!

De que é feito o tempo senão dele mesmo – o próprio tempo?

Admirável é tudo o que vemos

(Se não tivermos uma visão “discriminatória”, é claro)

 

 

Sabemos muita coisa a respeito do “espaço”

Todavia, o tempo é sempre misterioso

Ou, podemos melhor dizê-lo ser o maior dos enigmas

 

 

E quanto aos nossos desejos, o que muitos são senão inevitáveis

... profecias a qu’esperam o tempo [certo] de sua realização?

Sim, tal como as vivas sementes lançadas em solo fértil

 

 

Oh! quanto tempo ainda tenho, meu Deus?

E será que teria [eu] um “destino” pela vida traçado?

Se deste modo for, de nada adianta minhas preocupações

Na verdade, de nada serve tal bobagem para qualquer um de nós

Então, por que Deus deu a cad’um a potência da vontade?

Já não basta a da memória a nos lembrar de nossa inevitável morte!?

 

 

E então...

Seria melhor se soubéssemos com antecedência o momento seguinte

... ou seria pior?

Mas, se eu visse com anterioridade o pensamento de dez minutos,

... ou eu avancei no tempo ou o tempo “deu marcha à ré” ... para mim

 

 

Mas eis que agora o tempo quer me fazer um acordo:

“Eu te deixo ver o teu futuro, todo ele, mas com uma condição:

Caso interferir a ponto de mudá-lo.... eu o mato

Aceita a proposta?”

 

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24/01/2023

 

IMAGENS: FOTOS PARICULARES (TIRADAS DE CELULAR)

 

MÚSICA: Tara Mantra Om Tare Tuttare Ani Choying Dolma 108 repetitions

https://www.youtube.com/watch?v=MIg_WY8KuCE

 

 

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SOMENTE O TEXTO:

 

UM BREVE SOLILÓQUIO ENQUANTO CAMINHAVA PELA PRAIA

 

   “A distinção entre passado, presente e futuro

         é apenas uma ilusão teimosamente persistente”

                                       (Albert Einstein)

 

E se pudéssemos “ver” o futuro, como seria... o presente?

Adormecidos no tempo estamos ao que deixamos passar batidas... as horas

E vivemos entre expectativas e memórias

E mais nada

Dos mentais tempos que não existem

 

O aroma da maresia é menos significativo que um perfume francês

E a dissonância das atuais músicas nos atentamos mais que o barulho

... das ondas do mar

Perdemos tempo, então

Da vida a que a preferimos “artificialmente”

Que pena!

 

Ah! E se eu pudesse com antecedência ver o meu tempo...

Sim, e se eu conseguisse alcançar o futuro...

E ver [agora] o dia de amanhã ou mesmo a hora seguinte...

E então, seria bom ou seria ruim?

Só de pensar eu começo a m’estremecer

 

Ai, meu Deus!

Por que não amamos o presente?

Por que achamos que o melhor estará sempre por vir?

E o que é... o tempo?

E o futuro...

Vem naturalmente a nós ou, na verdade, o trazemos pelo que o criamos?

 

Uma estação segue outra (matematicamente)

O outono segue o verão

Não pode “driblá-lo”

Assim como a sístole e a diástole uma segue a outra

É o tempo em seu compasso e percurso

Em que tudo depende um d’outro

É o tempo em su’alternância (precisa e vital)

 

E nest’hora eu pergunto:

Haverá algum dia em que os movimentos da vida serão independentes?

E convencidos não estamos muitas vezes em achar que somos livres?

E quanto à ideia do “fatalismo”, sê-la-ia válida?

 

O mundo está do jeito qu’está por que Deus quis assim

... ou será que nossa “liberdade” o “causou”?

Definitivamente eu não acredito em “fatalismo”

Na verdade, eu não ponho minha mão no fogo por teoria nenhuma

 

Quando se conhece certas causas, sabe-se, pois os devidos efeitos

Sobretudo, quando temos o poder de [n’elas] interferir

Ou seria isto o mortal pecado de querer fazer uma vontade contrária

... à da Vida?

 

O tempo!

De que é feito o tempo senão dele mesmo – o próprio tempo?

Admirável é tudo o que vemos

(Se não tivermos uma visão “discriminatória”, é claro)

 

Sabemos muita coisa a respeito do “espaço”

Todavia, o tempo é sempre misterioso

Ou, podemos melhor dizê-lo ser o maior dos enigmas

 

E quanto aos nossos desejos, o que muitos são senão inevitáveis

... profecias a qu’esperam o tempo [certo] de sua realização?

Sim, tal como as vivas sementes lançadas em solo fértil

 

Oh! quanto tempo ainda tenho, meu Deus?

E será que teria [eu] um “destino” pela vida traçado?

Se deste modo for, de nada adianta minhas preocupações

Na verdade, de nada serve tal bobagem para qualquer um de nós

Então, por que Deus deu a cad’um a potência da vontade?

Já não basta a da memória a nos lembrar de nossa inevitável morte!?

 

E então...

Seria melhor se soubéssemos com antecedência o momento seguinte

... ou seria pior?

Mas, se eu visse com anterioridade o pensamento de dez minutos,

... ou eu avancei no tempo ou o tempo “deu marcha à ré” ... para mim

 

Mas eis que agora o tempo quer me fazer um acordo:

“Eu te deixo ver o teu futuro, todo ele, mas com uma condição:

Caso interferir a ponto de mudá-lo.... eu o mato

Aceita a proposta?”

 

24/01/2023

 

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 24/01/2023
Reeditado em 24/01/2023
Código do texto: T7702775
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