Pequena Linda Nuvem.

Proibido para menores de imaginação, porém tolerante a todo aquele que ousar avançar a próxima linha, pois esse certamente é, e vive, como eu!

Há muito tempo, somente uma pessoa que vivia no Reino da Imaginação, depositou o que chamou de “sonho imaginário” o qual foi embalado em uma caixa e entregue a um único arquivista que a colocou, onde só ele poderia reencontrar, pois era sua primeira função registrada.

A razão então aflorou, por fim, o mundo material tomou formas robustas e todas as possibilidades, uma a uma foram cortadas, afinal o sonhador achava que estava fora do padrão social dominante, oposto ao seu reino imaginário, onde insistia em viver.

Antes dele guardar, tudo em uma única caixa, passava cada instante a viver e conviver com a Imaginação presente na dimensão material, seja em locais normais ou inusitados, seja pela pessoa real (na imaginação) que anulava a sua pessoa, porém formavam juntos uma só linha de pensar, de se corresponder com o meio e dividir tudo sem tabus ou meias palavras.

Assim antes, o tempo colocava o futuro no presente e o passado perfeito corroborava o que tacitamente fechava em seus seios andando e conversando, assim era a pessoa real na Imaginação.

Mas, veio a razão que com sua autoridade austera, o fez refletir, que 10000 anos a frente poderia ser o preço, para encontrar o amor fiel no tempo guardado, porém o limite cessa na faixa de 1% e assim entregou a caixa ao arquivista que a depositou em seu local secreto, e a lucidez do meio apontou dois caminhos:

1º. - ser como o meio é, nada além superficial em sua maioria, líquido em seus valores; e

2º. - ser presente e ausente (ao mesmo tempo), mas em sintonia com o meio, a ponto de se parecer com ele, porém sempre mantendo o elevado segredo de um ermitão.

Optou pela segunda opção sem muito pensar, mas relutava e relutou, agora somente com as forças do interior, dia a dia por enviar a caixa para o arquivista, afinal a parte interior é tão forte que continua a relutar em aceitar como final para essa existência.

...

O relógio nessa dimensão não para, passa uma década, para os dias atuais, os sonhos vem e vão, as adaptações, também aconteceram, porém sem nunca atingir o brilho que o material da caixa possuía.

Como em toda estória de reinos, algo surpreendente acontece; a pessoa da Imaginação, o local, o momento e o mais difícil juntos aconteceram, pois o sonhador notou a ´pessoa da Imaginação’.

E esse momento incomodou muito forte a princípio e nada diminuiu com o passar do tempo, até que levado, jamais pelo pulso natural, buscou decifrar que momento era esse, diante de si, pois 10000 anos a procurar com empenho estava resignado e tudo ficou confuso, pois ele agora vivia a regra social do meio e todas as demais bandeiras nessa mesma linha.

Mesmo confuso, ou mais honesto atordoado, ele foi procurar o arquivista.

Rapidamente o encontrou, mas antes que a caixa fosse buscada, veio a razão que liberou todas as suas lógicas, métricas, conceitos e estatísticas, além de estar acompanhada pelo medo, que apelou pela lógica da vergonha de ter que ‘refechar’ a caixa, sim tudo por que o medo coloca a dúvida de ter achado sim a pessoa imaginária, porém antecipando o tempo justo de se encontrarem, pois seria injusto se somente um vivesse o tempo completo, e isso também levaria a entregar novamente nas mãos do arquivista e voltar-se para a razão.

Fora outros grupos seja de esquerda, centro, direita ou liberal que participaram, todos um a um com suas lógicas ...

...

Obrigado, sim, por ter permitido que me chegasse próximo de quem eu já andava e conhecia, e agora os passos se renovam, tudo lentamente, tijolo a tijolo, sem regras, cobranças sem fim e porquês sem fim, seguindo sim o princípio de nunca construir a edificação iniciando pelo telhado.

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O vento e o tempo se confundem e ainda assim caminham juntos, enfim então te proponho existir.

DePaulaM
Enviado por DePaulaM em 23/01/2023
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