Uma vista pra fora.

Impressionante o alcance dos olhos, mesmo sem nada a ser visto.

Nos possibilitam a permanência,na magia de cada cena.

Como podem trazer pra perto algo tão distante?

Me fiz essa pergunta sem nenhuma pretensão de resposta.

Conclusão:

As vezes perdemos muito tempo olhando na direção contrária.

Buscamos a visão tardia de coisas que sempre estiveram próximas.

Nessas horas seria uma vantagem, contar com a sensibilidade de alguém que olha a vida de forma terminal.

Sim! Deveria ser assim,cada abrir e fechar de olhos.

Deveríamos encarar cada paisagem com o valor de um adeus.

Talvez assim,saberíamos contar e perceber os significados.

De um por do sol que sufoca as imperfeições de um dia sem luz.

Da coragem da chuva,que arrasta consigo todas as falhas inevitáveis.

De um sorriso sem motivo,desses que nos fazem saber, que temos tempo pra sermos felizes.

Todos os dias lançamos nossos melhores olhares,na procura vazia de qualquer instante de lucidez.

E talvez bastasse só olhar pra dentro,antes de querer o horizonte.

Diminuir as pretensões,colher as coisas plantadas a nossa volta.

E só depois,arriscar uma vista pra fora do conforto de cada abraço.

Estes fazem sentir, o de dentro pra fora sem julgamentos.

As mãos e mentes limpas de qualquer inquietação.

Um céu azul de um pós chuva, que devolve a alegria de um fim tarde.

Retira as trancas pro sol que ceifa as sombras,nos devolvendo a beleza incauta do avistar pra fora de nós.