Quando me dizem "seja forte!", Jesus me visita e, humano, conta sobre os seus momentos de fraqueza. Então nos sentamos e falamos sobre desertos, fome e sede do espírito e da carne, das asas quebradas, dos espinhos e da cruz diária.
Quando me dizem "não tenha medo!", Jesus me sorri diante do que restou de nós, pois, amigo tão vulnerável quanto eu, me estende suas mãos e seguimos, de igua para igual. E, assim, todo caminho se torna possível.
Quando me dizem "tenha fé!", Jesus me consola, pois também teve seus momentos de dúvidas e, então, com os dedos guiando o meu queixo, descortina os céus e clamamos ao Pai.
Quando até mesmo Ele caminhou ao lado dos imperfeitos, condenados, renegados, enxotados, desvalidos, pobres, dos marginalizados do seu tempo, que em sua humildade foi julgado e em seu manso coração incompreendido, desperto! Aprendo a caminhar mesmo diante do oculto e da obscuridade, ciente de que o mundo é parte de mim. Me recolho e vejo o quão necessário se faz o silêncio para a comunhão e o descansar em Deus.
E para ser uma criatura de coragem, Jesus me ensinou a caminhar mesmo em meus dias de açoite. E, assim, na reconstrução da fé.
Jesus me sorri quando me visita... tão possível, simples, um amigo. Às vezes, permanecemos em silêncio, lado a lado, olhares fixados no horizonte, e, quando cerramos as pálbremas em preces, o Universo fala aos nossos ouvidos. E não há quem possa explicar quando tudo parece encontrar o seu lugar. É a paz que dá força à ideia de que Deus existe.
O desespero não nos permite enxergar Deus no cotidiano. Somente quando acalmamos nosso coração. E, às vezes, a voz de Deus vem através de pessoas que passam pelas nosas vidas, no canto dos pássaros... É necessária, acredite, uma certa sensibilidade para os dias em que Ele vem tímido feito flor.