Um dia estranho em uma madrugada estranha

Esbarrei em mim a pouco tempo atrás, não pude ver o quanto a minha inutilidade racional perante coisas difíceis de resolver fosse tão complicado

Corri uma hora de distância pra ver se posso salvar o meu eu, mas a essa hora da madrugada em plena primeira semana de um ano novo, com problemas velhos, quem pode se salvar?

pensei que podia escapar de mim, vi um texto a exatamente 01: 24, onde supõe-se papos com esses "eus", então entrei nessa de cabeça.

Nunca foi vontade minha enfrentar os demônios do passado, eu até pensei que esse meu "eu" tivesse os enterrado, mas ora, como ele pode ter enterrado se ainda continua na sua própria tortura.

Correr uma ou duas, sete, vinte, trinta horas, não vai me ajudar a escapar disso, então pela primeira vez algo faz sentido aqui

Talvez só pra mim, e se faz pra você é porque seu "eu" não é lá muito bem da cabeça, assim como os meus, então não há nada que prove que esse meu "eu" seja a minha última versão, muito menos o mais sensato, mas com todo esse diálogo estranho que estou tendo em uma madrugada estranha, sei bem que as coisas não são como eu desejava ser, na verdade são como eu deveria ser.

É como um rio que segue sem ninguém mandar, o que é bastante interessante. a minha vida anda, e todo dia eu me sinto compreendida, não por ninguém e sim por mim, o que de fato é o mais importante não é?.

As teclas que ainda bato são as mesmas, e isso não é novidade, eu até consigo voltar e ver esse meu "eu", procurando respostas a onde não tem, procurando pessoas em uma cidade inabitável, se vendo em um beco sem saída, escuro e solitário.

E sabe o que é mais engraçado é que isso tudo chega a não fazer sentido, e faz, faz o meu "eu" de agora entender que a cada nova jornada, há nova casas, novas pessoas, novas vidas e disso prossegue, eu poderia só ter citado o texto que li de 01:24, não precisaria escrever tudo isso.

Mas quis colocar todo esse amontoado de palavras confusas, para quando eu estiver em outro eu, em um dia estranho e outra madrugada estranha, e que eu saiba que esse meu "eu" entende que a vida segue e que voltar no tempo não precisa ser doloroso.