PERDIDO EM MEUS PENSAMENTOS

 

   “A morte não é nada para nós, pois, quando existimos,

        não existe a morte, e quando existe a morte,

              não existimos mais”

                                  (Epicuro)

 

Estou... vivo?

Estou... morto?

Estou... dormindo?

Estou... acordado?

Estou... sonhando?

Sei lá!

O que é... real?

E por qu'estou aqui?

 

 

Às vezes eu acho que tudo é falso

E se destarte for, não há ninguém que poderá me ajudar

Já que ninguém existe... de fato

É tudo mentira... no tempo

N’um tempo que nem sei se realmente existe

 

 

E se tudo é inexistente e enganoso (como eu acho), por que me deixo

... afetar tanto... por mil coisas [irreais]?

Ai! De que vale procurar pela verdade se ela também não existe?

(Neste mundo em que tudo é abstrato e fictício!)

 

 

E assim, então, tudo é coisa’alguma

N’uma vida em que nela eu passo sonhando

E que somente eu [nela] estou...

(E mais ninguém)

 

 

Acorda, ó minh'alma

Não te disperses em achar ser aqui morada fixa (e muitomenos eterna)

Não é, não

E estás lutando à toa

Gastanto energia inutilmente

Desperta o quanto antes

Por que perdes tanto tempo?

 

 

Nesta ilusória terra a ser teu duro exílio em que um dia terás de deixar

(Ainda que não queiras)

Todavia, um dia vai...

 

 

Definitivamente não faço a mínima ideia por qu’estou aqui

Sinto-me como que s’estivesse afogado n’um profundo lago

Ou como que asfixiado n’um pesadelo e doido para acordar

Sim, um’angústia a me invadir sem piedade e assim... a me sufocar

D’alma a querer mais que tudo estar acima das nuvens

E não voltar [nunca] mais para a terra

 

 

E a mirar o sol como que a sentir que ele m’espera

Ah! O sol...

N’alvorada d'agora cuja imagem atrás das nuvens s'encontra

E o contemplo

Ou, quem sabe, ele é quem me vê?

Com suas “pupilas claras” (diferentes das minhas)

 

 

Oh! O que é real no meio de tudo a ser...”sombra”?

E se o tempo não existe (conforme assim afirmam os físicos da Mecânica

... Quântica) por que existem... relógios?

Não, não tem lógica isto

Não tem nenhum sentido

E o que sente mais dor seria o corpo ou mais a alma?

 

 

Somos [todos] seres “condenados à morte”

No que isto eis nossa maior certeza

E que, embora disto saibamos, desnecessariamente nos afligimos

Considerando que ninguém dela poderá escapar

Oh! quantos são defuntos embora não saibam!

 

 

E quanto ao amor!

Sê-lo-ia também irreal como tudo [aqui]?

E se ele – o amor – a mim chegou, d’onde, pois veio?

Afinal, tudo precisa de um útero a que o gere

Ou será que também o amor nasceu de minha mente?

 

 

Contempla a Vida a morte de tudo

E tudo se desespera nest’hora

A festa está acabando

O sol está despontando

Está tudo nest'hora a agonizar

Não, não adianta lutar!

Guerra perdida!

 

 

As negras pupilas se dilatam da midríase que se realiza

Será que um dia o sol também para sempre s’escurecerá?

Oh! Como será a “realidade” n’aquele “outro lugar”

Ou não haverá... “outro lugar”?

 

 

14/01/2023

 

IMAGENS: ACERVO PESSOAL (TIRADAS DE CELULAR E POR MIM EDITADAS)

 

MÚSICA: “CIRRUS MINOR” – PINK FLOYD

https://www.youtube.com/watch?v=0ebIwP9eKtc

 

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SOMENTE O TEXTO:

 

PERDIDO EM MEUS PENSAMENTOS

 

   “A morte não é nada para nós, pois, quando existimos,

        não existe a morte, e quando existe a morte,

              não existimos mais”

                                  (Epicuro)

 

Estou... vivo?

Estou... morto?

Estou... dormindo?

Estou... acordado?

Estou... sonhando?

Sei lá!

O que é... real?

E por qu'estou aqui?

 

Às vezes eu acho que tudo é falso

E se destarte for, não há ninguém que poderá me ajudar

Já que ninguém existe... de fato

É tudo mentira... no tempo

N’um tempo que nem sei se realmente existe

 

E se tudo é inexistente e enganoso (como eu acho), por que me deixo

... afetar tanto... por mil coisas [irreais]?

Ai! De que vale procurar pela verdade se ela também não existe?

(Neste mundo em que tudo é abstrato e fictício!)

 

E assim, então, tudo é coisa’alguma

N’uma vida em que nela eu passo sonhando

E que somente eu [nela] estou...

(E mais ninguém)

 

Acorda, ó minh'alma

Não te disperses em achar ser aqui morada fixa (e muitomenos eterna)

Não é, não

E estás lutando à toa

Gastanto energia inutilmente

Desperta o quanto antes

Por que perdes tanto tempo?

 

Nesta ilusória terra a ser teu duro exílio em que um dia terás de deixar

(Ainda que não queiras)

Todavia, um dia vai...

 

Definitivamente não faço a mínima ideia por qu’estou aqui

Sinto-me como que s’estivesse afogado n’um profundo lago

Ou como que asfixiado n’um pesadelo e doido para acordar

Sim, um’angústia a me invadir sem piedade e assim... a me sufocar

D’alma a querer mais que tudo estar acima das nuvens

E não voltar [nunca] mais para a terra

 

E a mirar o sol como que a sentir que ele m’espera

Ah! O sol...

N’alvorada d'agora cuja imagem atrás das nuvens s'encontra

E o contemplo

Ou, quem sabe, ele é quem me vê?

Com suas “pupilas claras” (diferentes das minhas)

 

Oh! O que é real no meio de tudo a ser...”sombra”?

E se o tempo não existe (conforme assim afirmam os físicos da Mecânica

... Quântica) por que existem... relógios?

Não, não tem lógica isto

Não tem nenhum sentido

E o que sente mais dor seria o corpo ou mais a alma?

 

Somos [todos] seres “condenados à morte”

No que isto eis nossa maior certeza

E que, embora disto saibamos, desnecessariamente nos afligimos

Considerando que ninguém dela poderá escapar

Oh! quantos são defuntos embora não saibam!

 

E quanto ao amor!

Sê-lo-ia também irreal como tudo [aqui]?

E se ele – o amor – a mim chegou, d’onde, pois veio?

Afinal, tudo precisa de um útero a que o gere

Ou será que também o amor nasceu de minha mente?

 

Contempla a Vida a morte de tudo

E tudo se desespera nest’hora

A festa está acabando

O sol está despontando

Está tudo nest'hora a agonizar

Não, não adianta lutar!

Guerra perdida!

 

As negras pupilas se dilatam da midríase que se realiza

Será que um dia o sol também para sempre s’escurecerá?

Oh! Como será a “realidade” n’aquele “outro lugar”

Ou não haverá... “outro lugar”?

 

14/01/2023

 

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 15/01/2023
Reeditado em 01/02/2023
Código do texto: T7695272
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