meus sinceros segredos sobre você, príncipe

minha mente me mata, príncipe.

eu sei que a sua te mata também.

mas naqueles três dias,

surpreendentemente nós calamos a mente um do outro.

maldito seja você por ter me olhado tão fundo nos olhos.

talvez não tão maldito, eu gostei.

nada mais importava, só o nosso abraço. sua mão no meu peitoral, sua respiração no meu ombro, suas pernas entrelaçadas em mim. porra eu consigo sentir tudo ainda, ainda sinto seu beijo.

eu nunca fui grande merecedor de nada, sempre fui um pobre coitado que perdia de tudo por causa do papai, o idiota que achou que poderia ser melhor que um garoto cis, sempre fui apaixonado pelas pessoas.

eu sei eu sei, é engraçado me ver admitindo isso, logo eu, que sempre repudiou as pessoas simplesmente pela existência delas próprias, e de fato, o ser humano é cruel, mas você só ta machucado, e eu te entendo, infelizmente te entendo.

olhares foram o nosso forte, nem conversamos muito, você não me conhece nem um pouco, mas eu te conheço por inteiro, príncipe.

eu reconheço o seu tipo de longe, você é de curto prazo, de tanto pensar que não merece, você realmente passou a não merecer, e adivinha, eu também.

eu acredito que o amor vai salvar a humanidade, eu me considero o ultimo romântico do mundo, o romance e a intimidade são coisas importantíssimas para a sobrevivência do ser humano, principalmente o toque físico, e nós tivemos isso.

agora voltemos para suas mãos no meu peitoral, em diversos momentos. reparei nos seus olhos, nos seus lábios, nas suas mãos, seu jeitinho alegre de dançar, era viciante, eu confesso, te sequei a noite inteira, mas eu não preciso necessariamente confessar, eu sei que você percebeu.

você me prendeu, me intrigou, eu não queria ter criado essa paixão, mas com você me olhando daquele jeito, não tinha como. dance comigo garoto, me beije como se não houvesse amanhã por que eu sei que com você, o amanha talvez possa realmente ser seu último dia, comigo também. deixe que os outros vejam, eu queria mesmo que soubessem e vissem por mim a sua cara de prazer, maldita porta que não fechava. eu só tive olhos para você em todas as noites.

o engraçado é que quando havia amanhã, você me segurava como se não fosse haver, mas quando foi o nosso último dia, você se acalmou.

foi quando você sentou comigo e me olhou sem dizer uma palavra por longos segundos. você segurou minha mão e me beijou lentamente, respirava profundamente a cada encostar de lábios, eu não sou bobo, você estava apaixonado, mesmo que por alguns segundos, você estava.

você apagou as luzes, tirou seus anéis, lentamente caminhou até mim, subiu rapidamente na cama, me encarou fundo como se confiasse em mim com sua alma, sua vida, me beijou lentamente de novo. você queria tudo aquilo, e queria muito, mas queria aproveitar cada segundo, queria que cada instante valesse o tempo, e por mim, valeu todo o tempo.

esses detalhes foram intensos demais ate mesmo para mim, e eu não me canso de relembrar cada sensação, toque, suspiro, gemido, expressão, você é lindo, príncipe.

entendo que, agimos como se de repente estivéssemos em outro universo, sem nossos traumas passados, sem nossas cicatrizes, sem nossas tristezas, uma nova vida. confiamos sem hesitar e nos sentimos felizes enquanto juntos, não havia burocracia, problemas, nem arrependimentos.

se aqueles dias tivessem sido para sempre, se aquele universo fosse real e eterno, eu teria sido seu.

eu me pergunto,

como eu pude sentir tanto em tão pouco tempo.

e também te pergunto,

você também sentiu bastante nesse pouco tempo?

Kai Imamura
Enviado por Kai Imamura em 10/01/2023
Reeditado em 11/01/2023
Código do texto: T7691414
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