Solidão
Uma noite de março,
andando pelas ruas, pés descalços, esboço um sorriso bobo ao lembrar o teu cheiro. Então me pego desfolhando as lembranças que me trazem lágrimas e vão se misturando ao orvalho da madrugada, molhando meu rosto.
Memórias de um dia que recebi rosas e guardei cada pétala quando as murcharam, pois o teu perfume estava ali.
O orvalho agora é chuva, lava meus pés, molha meu corpo e não leva esse cheiro entranhado em minhas lembranças.
Minhas mãos estão sozinhas, já não sentem o calor das tuas.
Somente essa fria solidão me acompanha.
E nessa rua deserta de amores nao se avista nenhuma curva.