Solidão

Uma noite de março,

andando pelas ruas, pés descalços, esboço um sorriso bobo ao lembrar o teu cheiro. Então me pego desfolhando as lembranças que me trazem lágrimas e vão se misturando ao orvalho da madrugada, molhando meu rosto.

Memórias de um dia que recebi rosas e guardei cada pétala quando as murcharam, pois o teu perfume estava ali.

O orvalho agora é chuva, lava meus pés, molha meu corpo e não leva esse cheiro entranhado em minhas lembranças.

Minhas mãos estão sozinhas, já não sentem o calor das tuas.

Somente essa fria solidão me acompanha.

E nessa rua deserta de amores nao se avista nenhuma curva.

M P Corrêa
Enviado por M P Corrêa em 05/01/2023
Código do texto: T7687545
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