À PROCURA DE MIM MESMO

 

   “Eu procuro por mim, tal qual o artesão

          procura sua arte escondida nos excessos

     da matéria bruta de seu mármore”

                            (Padre Fábio de Melo)

 

 

Vida!

Quem deveras vos conhece senão aquele que

... transcende as ideias que o mundo quis limitá-la?

Oh! Felizes os qu’esvaziaram suas mentes de todo o blá-blá-blá

... a vosso respeito

(Falaram muito e não falaram nada!)

E quem de fato vos ama, ó vida, senão aquele que por vós

... tudo perde para, então, ganhar... "o Tudo"?

Mas, ond’estás realmente para que nossos olhos vos vejam?

Acaso estarias de todos afastada ao qu’escondida poderia estar

... bem mais à frente de qualquer horizonte?

 

 

A vida?...

Sinto-a... em tudo

E nest’hora percebo o horizonte ao qu’então m’esqueço totalmente

A nele ouvir [em seu dinâmico silêncio] as "verdadeiras promessas"

Momento raro, em que não me lembro... de mim mesmo

Que bênção!

 

 

O tempo segue em seu místico curso

A ser, para mim, totalmente desconhecido

(Melhor assim!)

Oh! Quantas vezes permiti que roubassem... o meu tempo!?

Das inúmeras horas às quais já perdi a conta

... em que alheio [a mim mesmo] estive

(E será que ainda não estou?)                                     

Sou estrangeiro em minha própria pátria

E, deste modo, me sinto (como a viver "num exílio")

 

 

Amo as madrugadas porque me dão [sempre] as alvoradas

E, assim, amo a vida... que faz nascer... o dia

E amo os ocasos de cada dia... a vir dele a noturna calmaria

E, dessarte (de toda a natureza em su’arte), amo também... a morte

E se a semente morre para d’ela vir uma vida,  então a morte não é,

... na verdade, um carrasco (como tantos acham), mas, a ser,

... quem sabe, uma parteira... de todas as vidas?!

Oh! E não é?

 

 

Do alto em qu’estou avisto uma capela

Estaria Deus... n’ela?

Dos tantos deuses que o Homem  já criou qual seria... o verdadeiro?

Ou não haveria... nenhum?

Sinceramente, já faz um bom tempo qu’eu desconfio de todos

E não ponho a minha mão no fogo por nenhum

 

 

Percebo agora uma imensa cruz

Encontra-se  vazia

Sim, Ele não está... n’ela

E por que para sempre ali estar [Ele] deveria?

 

 

Quisera sentir-me [sempre]... em tudo

Em todas as manifestações de vida

Contudo, deixo escapar alguns momentos

Na verdade, quase todos

Por muitas vezes penso qu'estou sonhando...

 

 

Quisera estar presente... em todos os lugares qu’eu vou

Mas... o pensamento não deixa:

Meus medos... (meus fantasmas)

Meus desejos... (meus duendes... minhas fadas)

 

 

Quisera ser eu, e somente eu,... pelo menos por um dia

Por que não consigo?

Olho para o céu

À procura do quê?

Estaria, quem sabe, a buscar... por Deus?

Sei lá!

 

 

Olho para a terra

Observo as planícies e encostas

O que busco?

Confesso:

Estou à procura de mim mesmo

Será que algum dia eu m'encontrarei?

 

 

03/01/2023

 

IMAGENS: FOTOS TIRADAS DE CELULAR

 

MÚSICA: “LIBERDADE” – ETIQUETA SOCIAL

https://www.youtube.com/watch?v=eSbPEmOHPVk

 

Uma indicação [aqui] de minha grande amiga, Regina Ninna:

"O TEATRO MÁGICO":

https://www.youtube.com/watch?v=Hlj8EtVoRi8

 

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 03/01/2023
Reeditado em 05/01/2023
Código do texto: T7686119
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