TEM CERTEZA? ESTÁ CONVICTO?

A convicção pode ser baseada em provas irrefutáveis ou formada por uma opinião pessoal e por razões íntimas, a respeito de algo, como resultado de experiências próprias, ou pela persuasão de terceiros, ou ainda, pela associação conjunta desses fatores, submetidos ao próprio raciocínio, concretizando a convicção e arquivando-a no intelecto.

A convicção baseada em provas irrefutáveis é permanente, imutável, pois nada do que possa ocorrer poderá modificá-la ou substituí-la, enquanto a convicção formada pela opinião pessoal ou pela persuasão de terceiros nunca deve ser permanente e imutável, já que a evolução poderá oferecer novos elementos, que modificarão ou poderão até substituir a atual convicção. Por exemplo, a convicção de que a Terra era o centro do Sistema Solar, foi substituída pela convicção de que o Sol é o centro do Sistema Solar, de acordo com comprovação científica. Pode ocorrer também o surgimento de convicções absurdas, como o terraplanismo por exemplo, que nem são levadas a sério, é claro.

A convicção formada por razões íntimas é mais complexa, pois ela não contém em si mesma, nenhuma evidência que possa credenciá-la perante terceiros, a não ser, apresentar um embasamento teórico, que poderá ou não ser admitido, dependendo da compatibilidade de ideias entre os indivíduos. Temos esse exemplo dos terraplanistas, que estão convictos de que a terra é plana, enquanto a maioria a considera redonda, o que nos indica que as convicções podem ser absolutamente contrárias, mesmo no terreno da racionalidade, onde existem inúmeras convicções antagônicas.

Com efeito, se na racionalidade temos uma imensidão de convicções irreconciliáveis, às vezes consideradas absurdas pelo antagonismo, não podemos nos surpreender diante de idênticas circunstâncias, muito mais agravadas, no âmbito espiritual, onde as convicções são invariavelmente de foro íntimo, improváveis e obtidas pela construção pessoal do raciocínio do indivíduo, acionado pela sua intuição, por meio de insights espirituais, exclusivamente pelo canal da espiritualidade, cujo conteúdo é pessoal e intransferível.

Podemos concluir, que as convicções são propriedades pessoais dos indivíduos, estruturadas em suas próprias circunstâncias, cabendo a todos o respeito mútuo em relação a elas, em torno das quais não devem ocorrer discussões estéreis e totalmente improdutivas, mas sim debates educados e inteligentes, onde o intercâmbio dos conhecimentos individuais é benéfico para todos, podendo acarretar alterações e até substituições espontâneas de convicções, como prêmio pela inteligente flexibilidade.

Todos os seres humanos estão envolvidos pelos efeitos da evolução, onde todos os conhecimentos se desenvolvem ininterruptamente, podendo manter, aperfeiçoar, anular ou substituir conhecimentos existentes, o que sugere que é preciso tomar muito cuidado na adoção das convicções, especialmente aquelas que venham a ser consideradas como imutáveis, e se livrar de quaisquer tipos de fanatismos, mantendo a mente sempre aberta para aprimorar ou obter novos conhecimentos, até o último instante da vigência da lucidez.

Não obstante, nada impede que quaisquer tipos de convicções, sejam adotadas pelos indivíduos, mesmo aquelas que possam ser consideradas absurdas. Os terraplanistas por exemplo, continuam convictos de que a terra é plana, assim como os escribas e os fariseus da atualidade, continuam acreditando nas fábulas e genealogias bíblicas. Os escribas maliciosos movidos pela astúcia, empenhados na manutenção das suas conveniências, provenientes da exploração das redes de supermercados da fé, e os fariseus, levados pela ingenuidade, pela cegueira e até pelo fanatismo produzidos pelas sutilezas vazias e pelo malicioso exercício do sofisma pelos seus líderes espertalhões.

Tende cuidado para que ninguém vos tome por presa, por meio da filosofia e de sutilezas vazias, conforme a tradição dos homens, conforme os espíritos elementares do mundo, e não de acordo com Cristo. (Colossenses 2:8)

...nem se ocupem com fábulas ou genealogias intermináveis, pois produzem discussões em vez de favorecer o propósito de Deus, que tem como fundamento a fé. (1 Timóteo 1:4)

Mas evita questões tolas, genealogias, discórdias e debates acerca da lei, pois são coisas vãs e inúteis. (Tito 3:9)

Se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fixar os olhos no rosto de Moisés, por causa do seu brilho, que estava se dissipando, como não será de maior glória o ministério do Espírito? Porque, se o ministério que traz a condenação era glorioso, quanto mais glorioso ainda será o ministério que traz a justiça e salvação! (2 Coríntios 3:7,8,9)

Como sugestão, melhor adotar a evolução como permanente companheira, mantendo uma postura flexível diante das circunstâncias, e buscando o conhecimento imparcial, para acumular gradativamente o modesto patrimônio da Sabedoria, pois ao fim da jornada, sempre o sábio fica sabendo que não sabe quase nada... (Só sei que nada sei)

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 03/01/2023
Código do texto: T7685680
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.