O depois

Acho que, no momento, estamos construindo nosso legado e, sendo eu uma pessoa dentro da minha própria experiência, assim como a maioria das pessoas, não me dou conta da profundidade deste processo. Perceber isto talvez seja o reflexo do meu amadurecimento e dos estudos que venho fazendo sobre os mais diversos aspectos da vida. Isso faz com que cada criação, por mínima que seja, ganhe mais importância. Devo aproveitar minha juventude e minha força, que não durarão para sempre, para criar lindas lembranças. Começo a enxergar, finalmente, o desejo de viver, talvez por contemplar a finitude da vida desde outra perspectiva. Abandonar a existência não deve ser algo fácil, sem deixar sua marca deve doer ainda mais. Claro que isso quem diz é meu ego vaidoso que sempre quer ser o mais importante. No final, me pergunto qual linha de desprendimento energético devo seguir para conectar a minha intenção de deixar algo para este mundo. Devemos ter cuidado neste ponto, pois é fácil cair no caminho do apego ao reconhecimento. O verdadeiro motivo de criar é a própria evolução, e que o destino dos meus suspiros e das minhas manchas de tinta sejam responsabilidade do depois.