O livro se fecha [Especial de Ano Novo]
Eu tenho cultivado o hábito da leitura desde muito cedo. Não consigo mais me ver sem a companhia desses grandes amigos que já me revelaram universos, segredos, descobertas. Os livros podem ser nossos grandes companheiros na estrada da vida. Podem ser nossos acalentadores naqueles dias frios. Podem ser nossos refrigérios naqueles dias de sol impiedoso. Podem ser inspiração na desesperança. Podem ser certezas na dúvida. Podem nos enriquecer!
Gosto muito de livros de filosofia, de reflexão sobre a vida e de ficção, sendo estes últimos os que mais gosto. Todos têm sua magia, sua importância e sua beleza. Mas os de ficção são capazes de nos ajudar a mergulhar em mundos completamente novos. Não apenas no sentido literal, apesar que é maravilhoso conhecer os segredos de Nárnia ou as maravilhas do Reino das Águas Claras. Mas também no sentido metafórico, adentrando o universo majestoso, tão singular e único, de personagens como a esperta e atrevida Emília ou do meticuloso e inteligente Sherlock Holmes. Livros que nos fascinam e encantam. Livros que nos inspiram a imaginação. Livros que, ao se fecharem, deixam em nós alguma lição, algum aprendizado, uma descoberta nova, uma riqueza a mais.
A melhor parte das leituras que costumo fazer é quando leio a última palavra e fecho o livro. É claro que fica aquele vazio de quando a história é maravilhosa e esplêndida. Mas fica também aquela sensação de que já não sou mais o mesmo por conta de palavras tão sutis que me ajudaram a viajar até mesmo para dentro de mim! É quando reflito sobre a história, sobre sua mensagem, sobre o que levarei comigo a partir daquelas páginas lidas. É quando ganho uma forma nova de enxergar a vida e contemplar a existência!
Com as nossas vidas ocorre o mesmo. São livros. Livros e mais livros. Às vezes penso que é apenas um livro só, repleto de capítulos e mais capítulos. Mas às vezes também gosto de pensar que, ao longo da vida, somos capazes de escrever livros diferentes a depender dos diferentes momentos pelos quais passamos. É como se o encerrar de um ciclo fosse o encerrar de um livro. Vou além. E é como se escrevêssemos vários livros simultaneamente. Terminamos um ao mesmo tempo em que continuamos outro e começamos um novo.
E agora, nesses últimos instantes de 2022, é esse livro que estamos prestes a finalizar. Vamos encerrar mais um ciclo de doze meses. Vamos finalizar as experiências que tivemos até aqui. Vamos colocar o ponto final para que, ao virar do calendário, o livro 2023 nos seja disponibilizado e novos escritos se iniciem. A pergunta que quero lhe fazer é simples e genuína: qual a sensação que você terá quando encerrar a última frase e fechar o livro desse ano que termina?
Pense um pouco.
E prossiga na conversa comigo.
Eu pude escrever boas coisas no meu livro 2022. Dei passos importantes na minha vida pessoal. Sempre escondido atrás das palavras escritas, escrevendo textos e mais textos, intensifiquei um pouco as expressões das palavras faladas e em um dos podcasts que apresento dei vazão aos meus pensamentos com mais personalidade e verdade. Foi uma preparação. Porque mesmo nos últimos capítulos de 2022 superei mais dificuldades, mais intimidações, mais inseguranças e incertezas e não usei apenas minha voz, coloquei também meu rosto em exposição para o mundo e, o que seria impossível nos outros livros que já escrevi, no de 2022 se tornou uma realidade: comecei a gravar vídeos. Fecho o meu livro com a sensação de crescimento. Sou, sim, capaz de realizar alguns objetivos. E aprendi algo que sempre falei, mas que ainda não tinha convencido a mim mesmo: podemos realizar nossos desejos e sonhos no nosso próprio tempo, no nosso próprio ritmo, do nosso próprio jeito, respeitando a nossa própria existência e não conforme as vontades ou exigências das outras pessoas. Ao fechar o livro de 2022 será esse o aprendizado que levarei comigo pelo restante dos meus dias!
E quanto a você? Como se sentirá ao encerrar o seu livro?
Se estiver à vontade, pode contar para mim, será uma honra! Mas também pode responder apenas a si mesmo ou a si mesma. Quais lições levará a partir do livro que escreveu? Pôde conhecer mais sobre si? Pôde aprender mais sobre a sua vida? Pode crescer um pouco mais em seu próprio ritmo e nos seus próprios propósitos?
Coisas tristes podem ter acontecido. Eu entendo. Coisas dolorosas podem ter sido experimentadas. Sei como é. Costumo dizer que a vida é dolorosa. Mas vou além. E penso que a vida é maravilhosamente dolorosa: com dores e delícias. Mas quero que você pense nas coisas boas. Nas conquistas. Por menores que tenham sido. Por mais simples que lhe pareçam. Ao menos um passo a mais você pode ter dado ao longo do seu livro.
Mas se não conseguir pensar nessas coisas, não tem problema. Não se condene. Nem se culpe. Mas também não se intimide. Nem duvide da sua própria capacidade. Um novo livro vem aí para que novas histórias sejam escritas.
Não posso lhe dar uma receita pronta de como escrever esse livro. Ele é tão único! E é tão particular. Tão individual. Tao íntimo. Mas posso compartilhar algo que aprendi com o meu e que talvez sirva de inspiração ao seu: esteja disponível, abra-se, permita-se à vida! Ela pode ser dolorosa, eu compreendo. Mas ela também pode ser maravilhosa, eu asseguro. O problema é quando só focalizamos nossa atenção e energia ao que de ruim e trágico nos ocorre, ignorando as boas vivências, as boas experiências, os toques sutis da existência. Esteja por completo. Esteja por inteiro. Seja alguém disponível em sua plenitude à vida. É assim que um bom livro será escrito. Um livro com dores e delícias. Exatamente o que lhe fará bom!
É como aqueles versos que tanto gosto, de um cantor que meu avô amava...
“Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi”
Um feliz, maravilhoso, ótimo e excelente “Ano-Livro” de 2023!
(Texto de @Amilton.Jnior)
[Ficarei por alguns dias afastado aqui da página. Aproveite essas próximas semanas. E recupere suas energias. A gente se encontra em breve!]