Mindfulness - Helpfulness - Gratefulness
Onde quer que se olhe há uma inundação de vídeos e escritos sobre "mindfulness", essa técnica que ensina as pessoas a diminuírem o estresse focando no aqui e agora, no estar de corpo e alma (consciente) no presente. É ótimo que as pessoas estejam buscando desenvolver o autocontrole, tentando sair piloto automático, das reações impulsivas e dos hábitos nocivos. Todavia, tamanho esforço deve ter um objetivo para além da estruturação psíquica com vistas à potencialização do indivíduo e suas aspirações autorreferentes.
Que haja atenção plena, mas plena de significado. O mundo está precisando de menos competitividade, menos rivalidade e, para além do "mindfulness", ou, quem sabe, por meio dele, de mais cooperação!
Para 2023, espero que toda essa doutrina do "mindfulness" seja capaz de, baixando a poeira da angústia e da ansiedade, trazer mais lucidez ao ser humano, de sorte a que perceba a verdadeira carência da humanidade: "helpfulness".
O mundo precisa de mais prestatividade para com o próximo. Se o objetivo derradeiro do "mindfulness" é a mente focada e equilibrada, nada melhor do que a percepção de que a compaixão, a tolerância, a caridade e o altruísmo são o caminho, pois é fato comprovado que faz bem ajudar alguém, traz felicidade, acalenta o coração e pacifica a alma. E, uma mente nesse estado de espírito, estará muito mais inclinada a se conectar com o agora numa plenitude atentiva. Ou seja, cooperação como finalidade excelente da atenção plena e aquela como meio para obtenção dessa.
E claro, no início, no fim e no meio de tudo isso, como base, estrutura e complemento, temos outro elemento que também deveria ser um mantra: "gratefulness". Lembrar sempre de agradecer, de valorizar a existência, de ser grato pelas bençãos e potencialidades, pois atenção plena sem gratidão pelo passado e sentido de coletividade é um simples estar, uma produtividade inócua, um mero existir.
Que 2023 seja pleno, integrado e gratificante!