Do luto.

Palavras perfeitas saídas de todas as bocas.

Ditas e repitidas sem reseios do impacto.

Não importa a causa da ausência,isso é menor.

Pequeno ante os esforços para tornar maior,o que outrora era inperceptivel...

Muitas bocas se movimentam na rotina previsível.

Honrar,inaltecer dizer das qualidades emergir o extraordinário.

Numa súplica e por um tempo maior que a verdade de cada fala.

Seria bom ter,todas as bocas dizendo por vezes que se importam.

Isso numa distância menor,num tempo igual...

Nada sem sentido ou irreal só verdades...

Fora disso já me basta as lágrimas

impuras.

Caídas num impulso meramente humano.

Elas são muitas e necessárias para calar as vozes...

Que incistem no manifesto de uma "honra" incompatível.

Queria ter,mesmo que sem posse definitiva.

Toda essa casualidade e sentimentos atribuídos no luto.

Perfeito,me sinto perfeito me ouvindo me soa bem.

Talvez de lá,enquanto degrado numa escura e fria sentença.

Também consiga sentir perfeição saindo das bocas ao meu redor.

Ou perceba as lágrimas, sobre pedras que certamente estarão me mantendo por lá.

Deveria ser fácil equilibrar se adequar e,

Tornar simples,uma última conversa que nos traga pra perto.

É necessário que sejamos parte daqui.

Antes das falas perfeitas,vindas do vazio que podemos deixar.

Do luto quero o silêncio, o mesmo que grita pra nós todas as nossas incapacidades.

Isso me basta,sem falas, lágrimas nem piedade sem alcance.

Só passos,silêncio e incertezas.