A comparação
Novamente, chamou-me para conversar. Estava cansado, passei o dia a trabalhar. Notificação apita, você carismática me induz ao nosso diálogo noturno que há alguns dias, deixávamos de lado.
Note que eu estava com sono e mesmo assim, dediquei-me a você por algumas horas, mesmo sabendo que elas me faltariam no dia seguinte(ou no mesmo dia, afinal, já era o outro nascer e eu necessitava levantar cedo);
Joguei-me com palavras e expus alguns fragmentos. Da mesma forma, fizera comigo. Olhei seu perfil, fisgado pela tentação de adentrar na sua beleza. Passamos um longo tempo relatando nossas falhas e medos, e para compensar às vezes que não te olhei, ofereci-te um abraço.
Em suas colocações, ditou haver um tempo que me notara, me desejava e que gostaria da minha amizade. Eu, carregado de indiferença, fiz parecer que não me importava com nada ao redor, pois estava centrado em algo do meu interesse. Apesar disto, notava você em seus momentos de execução, algo em sua vibe retomou-me a momentos vividos com outras. Confesso que idealizava momentos de pudor com estes pensamentos. Após nossas conversas, percebo que nunca estive errado. Nunca errei. Um das minhas qualidades é de enxergar além do essencial, pois este é invisível aos olhos humanos. Pessoalmente, teremos nosso momento. Como você falou, espero não me frustrar com as suas essências. Mas garanto, cravarei o amor ao teu coração. Infelizmente, conhecendo-me perfeitamente, sei que irei parti-lo. Irei ferir-te, pois cativei algo que não poderei proporcionar: o desejo de um continuar. Não por desejo, mas por deixar evidente as minhas falhas. Peço que não me culpe por isto, esta é a minha versão invariável. Tornei-me assim buscando defesa. Esta é a forma que encontrei para aprender a lidar com as frustrações dos acasos.
Aos nossos afetos e conversas,
Aos nossos momentos.