Crônica do medo
Dentro de mim mora um pássaro morto a se violentar.Se debatendo nas grades,um bater de asas sem vida tentando respirar.
Há um ser que agoniza, feito essa brisa que você sente ao passar.
A dor de um moribundo na morte exibindo suspiros.Os últimos respiros tentando cantar.
Um dia, foi ave fresca,de vôos livres sem amarras presas.Hoje é uma figura grotesca.A morte de um bicho sem sorte que desaprendeu
a arte de voar.Canto de um passarinho que nunca achou um ninho para se deitar.Apenas lambeu suas penas escrevendo poemas e deixou-se levar.
Dentro de mim moram tantas coisas que nem eu consigo explicar.
O medo impede tantas coisas.
Abala o íntimo de uma pessoa
e faz perder a capacidade de acreditar.
A morte da esperança que num trinado vazio emite o último pio
e te convida a me abraçar.