A existência de Deus é indubitável

 

Deparamos de vez em quando com pessoas que, diante de desgraças particulares ou coletivas, questionam a existência real de Deus e chegam a dizer que, se Ele existisse, não deixaria aquela pessoa morrer num assalto ou o maremoto matar centenas de pessoas.

É um argumento reducionista. Note-se que através de milênios, bilhões de crentes, sabendo desde criancinhas que neste mundo em que vivemos ocorrem danos, dor e sofrimento, jamais usaram tais fatos para questionar a existência do Ser Supremo. Realmente só algumas pessoas pensam desse jeito, como se a sua noção de Deus seja a de um super-segurança que tivesse de aparecer correndo cada vez que alguma coisa nos ameaçasse.

Mas, qual seria a linha divisória para fazer essa cobrança? A ideia é por demais vaga. No fundo, se levarmos esse estranho raciocínio às últimas consequências, não poderíamos sequer dar uma topada na rua. Imagine que, acontecendo isso, a vítima saia gritando: "Vocês estão vendo? Eu dei uma topada! Isso prova que Deus não existe! Se Ele existisse não deixaria que eu machucasse o dedão do pé!"

Mas a verdade é que a existência de Deus não pode ser negada pelos acontecimentos, por mais desastrosos ou dolorosos que sejam, porque já está comprovada por uma instância anterior: a própria existência do universo. Este é o grande pesadelo do ateísmo teórico.

Os nossos irmãos ateus realizam malabarismos retóricos para tentar nos convencer que o universo gerou a si mesmo, que brotou do nada e evoluiu pelo acaso, palavras que não possuem significado objetivo.

O universo é matemático, representa claramente o projeto de uma Inteligência Infinita. É a prova ostensiva de que Deus realmente existe.

Existe a religião do panteísmo, que faz lembrar muito a religião do ateísmo. O panteísmo identifica Deus com o próprio universo. Porém, em tal caso seria uma divindade estúpida, por não se tratar de um ser pessoal. Além disso o universo teve começo no tempo e terá um fim no tempo, como a própria Ciência afirma com a singularidade inicial e a Segunda Lei da Termodinâmica.

Ou entendemos que Deus existe e é um ser pessoal e puramente espírito, separado do universo, ou chegaremos à conclusão de que vivemos num universo estúpido, sem inteligência. Mas então como explicar as complexas leis matemáticas e físicas que regem o universo?

E a questão do sofrimento? Ela não é, de forma alguma, vista de forma displicente pelo Catolicismo, é estudada sim. Basicamente somos imortais e o sofrimento injusto desta vida haverá de ser compensado na outra. Há testemunhos do Além a respeito disso. Nós não podemos avaliar porque Deus permitiu que isso ou aquilo acontecesse, mas devemos levar em conta que as pessoas que aceitam a vontade de Deus suportam melhor o sofrimento porque praticam a virtude teologal da Esperança, que se refere ao além-tumulo. Portanto, sejamos humildes diante do sofrimento. Mas, independente disso devemos lutar contra a injustiça e prevenir as catástrofes naturais. A grandeza desta vida terrena consiste justamente em saber conduzir a vida em meio às adversidades, buscando resolve-las da melhor maneira possível.

 

Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 2022.

 

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