A GRAÇA DE NOS ABRIRMOS AO SER
Se nos baseamos nas condutas de outrem para enxergarmos algum sinal de consolo e esperança ou para estimular a nossa caminhada existencial, provavelmente iremos nos decepcionar da forma mais implacável, pois, afinal: que ser humano é modelo de comportamento e ética a ser seguido por todos? Mas, se olharmos para nós mesmos, encarando as nossas misérias e ao mesmo tempo nos esforçando para sermos cada dia melhores com base em nossos valores transpessoais, ao menos teremos a oportunidade de fazermos a diferença num mundo onde poucos amam o seu próximo. Ou bem nos pautamos pelos exemplos alheios, tendo como consequência vivermos como os mais desgraçados dos seres humanos na expectativa malograda de algo que não virá; ou bem, buscamos ser a imagem e semelhança de Deus, nos mantendo em simplicidade de graça e de amor em meio a um mundo desencantado. Nesse caso, temos a chance de nos fecharmos para as ilusões da possessividade do ter e de nossa lei imposta sobre o outro; e, em contrapartida, de nos abrirmos à verdade do ser com todo o seu mistério, beleza e profundidade