A arte de declamar poemas
Meu olhar encontra o olhar dos ouvintes. Poesia e alma. Olho novamente, ao recitar a última palavra. Lágrimas caem. Pessoas são tocadas. Falam que precisavam ouvir o que eu disse e perguntam se podem enviar o texto para outra pessoa, porque ela precisa ouvir também. São momentos como esses que me fazem ter a certeza de que a palavra abre caminhos.
Eu sou a mediadora, o instrumento artístico, uma fonte que quer irradiar a paz. Uma ponte de encontros. Como eu amo encontrar as pessoas e declamar poemas para elas!! Gente como eu, que sente. Gente que acredita no amanhã melhor. Gente que tem medo, mas mesmo assim segue. Que procura lá dentro uma chama viva e não permite que ela se apague. Sim, o dia a dia não é fácil, eu sei.
Dentro das casas dos vizinhos, problemas que nem imaginamos. Sorrisos que não contam o que não sabemos. Mas, a arte nos dá possibilidades de enxergar a vida de outras formas. Como dizia Ariano Suassuna, “bom mesmo é ser um realista esperançoso”.
Eu já quis ser psicóloga. E acredito que aquela vontade que eu tinha de ajudar as pessoas, eu consigo realizar de uma maneira diferente: por meio da arte.